Em balanço da gestão Lula, PT ataca juros altos e vê “governo em disputa”
Política monetária do Banco Central é entrave a ser superado, informa resolução sobre os primeiros seis meses do novo governo petista

O Diretório Nacional do PT divulgou uma resolução em que faz um balanço positivo dos seis primeiros meses da gestão Luiz Inácio Lula da Silva, especialmente em relação a resultados econômicos, mas também políticos.
Apesar disso, o partido elenca entraves a serem superados, como a política monetária da gestão Roberto Campos Neto no Banco Central (BC), e considera o resultado do processo eleitoral de 2022 um “governo em disputa”, no qual o PT precisa “fazer a disputa política para afirmar os interesses dos trabalhadores e do povo”.
O documento foi divulgado na noite de segunda-feira (10) — no mesmo dia, a presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), entregou uma cópia da resolução em mãos a Lula.
A resolução foi discutida e aprovada pelos integrantes do diretório nacional do fim de semana, em meio às reuniões internas do PT para traçar estratégias para as eleições municipais de 2024 — o partido tenta reverter as quedas no número de prefeituras, ocorridas em 2016 e 2020 — e às articulações entre o governo e partidos do chamado Centrão para reorganização da Esplanada dos Ministérios, com potencial redução de pastas sob o comando da sigla.
O partido afirma que “a busca pela ampliação das bases políticas no parlamento precisa estar acompanhada de um também amplo movimento de massas, articulado com as bases do partido e as organizações populares”.
“Nós vencemos Bolsonaro nas urnas, mas temos de seguir enfrentando o bolsonarismo e a extrema-direita em todos os campos em que persistem na sociedade”, afirma o PT.
Entre as frentes diretas desse enfrentamento, o partido cita nominalmente a CPI que investiga a atuação do MST, na Câmara dos Deputados, e a “preparação adequada das eleições 2024”.
O PT antecipou para 2023 a criação de um grupo focado na organização da sigla para as disputas municipais do próximo ano.
No texto, o PT ainda argumenta que “o problema central do Brasil não é ‘controlar gastos’, mas sim ampliar os investimentos públicos e privados”, por meio do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), previsto para ser anunciado neste mês pelo governo.
No mesmo sentido, o partido defende a organização de “grandes campanhas populares como contra os juros altos e o presidente do Banco Central”.