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    Com agenda econômica no radar, Ibovespa e dólar fecham em queda

    Na quarta-feira, o IBGE divulga dados sobre o crescimento econômico brasileiro no segundo trimestre

    Reuters

    O Ibovespa recuou nesta segunda-feira (30), em meio a ajustes após uma semana de valorização, enquanto persistem preocupações com questões domésticas. O cenário externo mostrou um tom mais comedido neste pregão. No fechamento da sessão, o índice caiu 0,78%, a 119.739,20 pontos.

    Na última sexta-feira (27), o principal índice da B3 fechou em alta, assegurando desempenho positivo de mais de 2% na semana, endossado principalmente por comentários do chair do Federal Reserve.

    Em Wall St, o S&P 500 subiu 0,43%, renovando máximas, ainda apoiado nas declarações do Fed na semana passada, que alimentaram otimismo sobre a recuperação econômica e amenizaram temores de redução repentina de estímulos.

    Já o dólar chegou a apresentar alta contra o real nesta manhã, após registrar desvalorização acentuada no acumulado da semana passada, enquanto os investidores aguardavam indicadores importantes do Brasil e dos Estados Unidos. Ao longo do dia, no entanto, o apetite externo fez a divida fechar o pregão em queda.

    No encerramento da sessão, a moeda norte-americana recuou 0,15%, a 5,18925 na venda, tendo devolvido algum terreno após chegar a tocar R$ 5,2273 na máxima do dia, alta de 0,59%.

    Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Mizuho, disse à Reuters que o movimento desta sessão reflete um ajuste da divisa norte-americana depois dos ganhos acentuados do real na semana passada, com o mercado “à espera de novos catalisadores”. Na sexta-feira, o dólar spot fechou em baixa de 1,15%, a 5,1965 reais na venda, acumulando queda semanal de 3,50%.

    Ele ressaltou que não enxerga a valorização desta segunda-feira como muito expressiva, apontando um ambiente de risco favorável a moedas emergentes no exterior.

    Na semana passada, a abordagem “esperar para ver” do chair do Fed, Jerome Powell, em discurso na conferência de Jackson Hole deu aos participantes do mercado alguma garantia de que os esforços extraordinários do banco central para sustentar a economia devem apoiar ativos mais arriscados por mais algum tempo.

    Enquanto isso, os investidores se preparavam para uma semana que “promete fortes emoções”, disse em nota Jefferson Rugik, da Correparti Corretora. Na esteira da sinalização mais “dovish” do Fed, à medida que o banco central tenta levar a economia ao pleno emprego, os investidores ficarão atentos a dados de sexta-feira sobre a criação de postos de trabalho nos Estados Unidos.

    Por aqui, na quarta-feira (1) o IBGE divulgará dados sobre o crescimento econômico brasileiro no segundo trimestre, enquanto os investidores continuarão de olho no clima político com a aproximação do dia 7 de setembro, data para a qual o presidente Jair Bolsonaro tem convocado manifestações de seus apoiadores.

    Finalmente, disse Rostagno, do Mizuho, os investidores devem seguir de olho no noticiário fiscal, avaliando se falas tranquilizadoras recentes de autoridades serão acompanhadas de avanços concretos.

    Os agentes do mercado têm acompanhado com atenção especial a novela em torno dos precatórios previstos para 2022, que somam quase 90 bilhões de reais. O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou na última quinta-feira (26) que a solução para a conta via limitação do crescimento dessas despesas pela regra do teto de gastos deverá ser tratada em duas semanas.

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