Demanda das empresas por crédito cresceu 2,9% em junho, mostra levantamento
Micro e pequenas empresas impulsionam o indicador; serviços e indústria lideram ranking
A demanda de empresas brasileiras por crédito cresceu 2,9% em junho, em comparação com o mesmo mês de 2021. É o que indicam dados da Serasa Experian, divulgados nesta terça-feira (26).
Os micro e pequenos negócios foram os principais responsáveis por impulsionar o dado, com 3,1% de aumento na busca pelo recurso financeiro.
As companhias de médio e grande porte, por sua vez, registraram uma queda de, respectivamente, 5,8% e 2,3%. É o 6º mês consecutivo de quedas para essas empresas.
O setor de serviços lidera o ranking do crescimento na demanda por crédito, com 7,3%, seguido da Indústria, com 6,1%. Dos segmentos analisados, comércio foi o único com queda, de 3,2%.
As empresas da região Norte foram as que mais demandaram crédito, seguido da região Sudeste e Sul. Quedas foram registradas no Nordeste e no Centro-Oeste.
Crescimento reduzido
Luiz Rabi, economista do Serasa Experian explica que, apesar do desempenho positivo de alguns setores, junho teve uma retração significativa quando comparado a outros meses de 2021.
Segundo o especialista, esse número foi puxado para baixo especialmente devido às grandes e médias empresas. Essas já estão se preparando para um segundo semestre mais fraco, especialmente pelos aumentos na taxa básica de juros, que deve permanecer elevada.
“Isso terá um impacto e levará a um esfriamento na atividade econômica. Portanto, essas empresas com maior capacidade de gestão e de previsão já estão colocando o pé no freio”, explica Rabi.
No caso dos micro e pequenos negócios, os dados continuam positivos porque esses ainda precisam urgentemente de crédito. Segundo Rabi, créditos emergenciais são a principal necessidade das companhias.
“Elas não conseguem se preparar antecipadamente e adequadamente para o cenário de desaceleração econômica. Especialmente as empresas do setor de serviços e varejo, que sofrem com inflação e taxa de juros em alta”, complementa.
Rabi prevê que os números devem desacelerar mais no segundo semestre. De janeiro a junho, ante ano passado, as demandas por crédito cresceram 10,2%. A previsão do economista é que esse número chegue a 1 dígito nesse período.
*Sob supervisão de Lígia Tuon