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    Bitcoin traz riscos para relação entre pessoas, diz Yuval Noah Harari, autor de “Sapiens” 

    Historiador chama atenção para o risco de tecnologia acabar substituindo relações

    Gabriel Bosa , Sao Paulo

    O bitcoin voltou a ter espaço de destaque no mercado financeiro após a alta vertiginosa nos últimos meses, que fez a cripto se manter no maior valor da história, avaliada na casa de US$ 70 mil (cerca de R$ 357 mil na cotação atual).

    Se o novo momento traz euforia aos investidores e abre espaço para a cripto no mercado tradicional, há quem enxergue tudo isso com receio e cautela.

    É o caso do historiador e autor Yuval Noah Harari, responsável pelos best sellers “Sapiens: Uma breve história da humanidade” e “Homo Deus: Uma breve história do amanhã”, que encara a popularização do bitcoin como um risco para a relação entre as pessoas.

    https://twitter.com/harari_yuval/status/1792934757325553797

    Em uma postagem na sua conta pessoa do X nesta terça-feira (21), Harari lembrou que o bitcoin é visto como uma “moeda de desconfiança”, e que esse movimento refratário às instituições e ao próprio conceito de dinheiro pode trazer consequências para atividades econômicas e a cooperação entre os seres humanos.

    “Por que este é um desenvolvimento alarmante? Porque todo o propósito do dinheiro é criar confiança entre estranhos. Dispositivos financeiros como moedas, títulos e ações — 90% dos quais são apenas dados em computadores — criam confiança entre milhões de estranhos, que podem então reunir os seus conhecimentos e recursos e cooperar”, afirmou.

    O autor de “Sapiens”, cujo tema central é justamente o desenvolvimento dos seres humanos, também chama a atenção para o risco de a tecnologia acabar substituindo as relações entre as pessoas.

    “Humanos controlam o mundo porque aprendemos a confiar uns nos outros e a cooperar uns com os outros. Se agora perdermos a confiança em instituições humanas, e no lugar colocar toda a nossa confiança apenas em algoritmos, então os algoritmos irão controlar o mundo”.

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