Bitcoin, Ethereum ou Dogecoin? Veja um guia das maiores criptomoedas
O Bitcoin e muitas outras criptomoedas ganharam novos níveis de popularidade no último ano, mas ainda permanecem um mistério para muitos investidores
Nova York (CNN Business) – O Bitcoin e muitas outras criptomoedas ganharam novos níveis de popularidade no último ano, mas ainda permanecem um mistério para muitos investidores. Com novas “moedas” surgindo o tempo todo, é difícil saber em que vale a pena prestar atenção e o que pode ser febre de momento.
Enquanto isso, grandes empresas estão entrando na onda: a Tesla anunciou no início deste ano que os clientes poderão comprar veículos com bitcoins. A plataforma de pagamento digital Square e o PayPal, que também é dono do aplicativo de transferências Venmo, agora também permitem que os clientes usem criptomoedas.
Classificadas em categorias de acordo com sua capitalização de mercado em dólares americanos, as maiores criptomoedas do mundo são bitcoin, ethereum, binance coin, XRP e tether, de acordo com a CoinMarketCap.
Suas capitalizações de mercado variam de mais de US$ 1 trilhão (cerca de R$ 5,45 trilhões) a cerca de US$ 50 bilhões (aproximadamente R$ 272,5 bilhões). Contudo, isso não nos diz nada sobre como elas funcionam, e qual valor uma única moeda pode ter em um contexto mais amplo.
Veja aqui um guia das maiores moedas digitais de hoje.
Bitcoin
O bitcoin é a maior e mais conhecida moeda nesse mar digital, com uma capitalização de mercado de mais de US$ 1 trilhão (R$ 5,45 trilhões).
Criada anonimamente em 2009, a moeda digital roda na tecnologia blockchain, outra palavra da moda da década passada. Basicamente, o blockchain é um sistema de razão descentralizado, onde os registros de transações são armazenados. Essa é uma diferença fundamental entre o bitcoin e as moedas fiduciárias tradicionais, como o dólar americano ou o euro, que são controladas pelos bancos centrais.
O bitcoin atingiu um valor recorde de US$ 63 mil (cerca de R$ 343 mil) por unidade neste mês, o que faz dele, de longe, a criptomoeda mais valiosa.
Muitos entusiastas do bitcoin o chamam de reserva de valor –um rótulo que historicamente foi reservado para investimentos seguros, como o ouro– e argumentam que a moeda digital é um bom investimento para se proteger contra a inflação.
No entanto, o bitcoin também é propenso a oscilações bruscas de valor, e pode não ser a melhor opção para investidores avessos ao risco. Apenas alguns dias depois de bater seu recorde neste mês, a moeda digital despencou, caindo cerca de 14% em menos de uma hora.
Parte do valor do bitcoin é definido por seu número finito, de 21 milhões de moedas que podem ser criadas. Nem todas as moedas estão em circulação, e os “mineradores” de bitcoin usam computadores para resolver problemas matemáticos complexos e criar uma nova estrutura de “blocos” no blockchain. Esse processo é, por sua vez, recompensado com bitcoins, embora a recompensa seja reduzida pela metade a cada 210 mil blocos minerados. No passado, essas situações de “meiar” a recompensa levaram à volatilidade do preço do bitcoin.
O processo de mineração consome muita energia, o que tem gerado preocupações com o impacto ambiental do bitcoin.
Ethereum
O Ethereum é um software de código aberto baseado em blockchain, que tem sua própria criptomoeda chamada ether. É a segunda maior moeda digital em termos de capitalização de mercado, com quase US$ 300 bilhões (cerca de R$ 1,63 trilhão).
O software foi criado com a ideia de expandir o uso do blockchain para além do bitcoin e em aplicações mais amplas, o que o torna mais do que “apenas” uma criptomoeda.
A oferta de Ether não é limitada, e novos tokens são criados constantemente por meio de um processo de mineração semelhante ao do bitcoin. Ele atingiu um valor recorde de mais de US$ 2,5 mil (cerca de R$ 13,6 mil), de acordo com dados da CoinDesk.
O Ethereum foi lançado em 2015.
Binance Coin
Terceira maior criptomoeda, com uma capitalização de quase US$ 90 bilhões (cerca de R$ 490 bilhões), a Binance Coin é um pouco diferente.
A Binance Exchange é a maior plataforma de criptomoedas em volume negociado, e criou a Binance Coin, ou tokens BNB, como um meio de pagamento de taxas da plataforma.
Ela tem um limite de 200 milhões de tokens, mas os tokens são regularmente destruídos (ou “queimados”) para reduzir a oferta total e estabilizar seu valor ao longo do tempo.
A Binance Coin também é diferente porque só pode ser trocada por outras criptomoedas.
Mais recentemente, a Binance contratou Brian Brooks, ex-diretor do Escritório de Controladoria da Moeda dos Estados Unidos no governo Trump, para conduzir seus negócios no país.
XRP
O XRP é a moeda digital da plataforma de pagamento Ripple. O bom da Ripple é que qualquer moeda –digital ou não– pode ser trocada por outra. Isso significa que os usuários podem pagar alguém em bitcoin sem possuir bitcoins, simplesmente usando o XRP como a ponte entre a moeda que possuem e a que seu destinatário quer receber. Isso faz dela um meio de pagamento muito rápido.
Os bancos entenderam isso também: o Bank of America, o Santander e o PNC Financial Services estão fazendo parcerias com a Ripple.
O XRP também não roda no blockchain, mas em uma estrutura de dados chamada HashTree, o que o torna diferente de outras moedas digitais. Ele não pode ser minerado, e seu número total de moedas é de 100 bilhões de unidades.
Apesar da oferta finita, o custo unitário de um token XRP ainda é muito baixo, com seu maior valor histórico sendo US$ 3,40 (cerca de R$ 18,53), de acordo com dados da CoinDesk. Sua capitalização de mercado está em pouco mais de US$ 60 bilhões (cerca de R$ 327 bilhões).
Em dezembro de 2020, a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA entrou com uma ação contra a Ripple, seu CEO e seu presidente, sobre uma suposta venda ilegal de títulos não registrados no valor de US$ 1,3 bilhão (cerca de R$ 7 bilhões). O CEO da Ripple, Bradley Garlinghouse, rejeitou a premissa do processo e, em dezembro, chamou a ação de “um ataque à criptografia em geral”.
O processo é um lembrete de que ainda existe muita incerteza regulatória quando se trata de criptomoedas, o que pode gerar volatilidade nos próximos anos, enquanto governos e instituições decidem o que fazer.
Tether
O Tether completa o top 5 das maiores moedas digitais, com uma capitalização de mercado de quase US$ 50 bilhões (cerca de R$ 272,5 bilhões).
Ela é um exemplo da chamada “moeda estável”, porque está indexada ao dólar americano. Isso mantém o Tether relativamente estável em comparação com outras criptomoedas, que podem ser muito voláteis. Quando foi criado, em 2014, o valor de cada token foi fixado em US$ 1 (R$ 5,45).
A maior alta do Tether foi de US$ 1,32 (cerca de R$ 7,20), de acordo com dados da CoinDesk.
Menção honrosa: Dogecoin
O Dogecoin surgiu em 2013, como uma piada sobre o meme de um cachorro. Sua capitalização de mercado aumentou brevemente para mais de US$ 40 bilhões (cerca de R$ 218 bilhões), e a moeda compete com o Tether pelo quinto lugar na lista das maiores criptomoedas. Esses são os tempos que estamos vivendo.
A popularidade e o valor da moeda digital cresceram no último ano, com o valor do bitcoin aumentando e o CEO da Tesla, Elon Musk, tuitando repetidamente sobre o Dogecoin. Somente neste ano, seu valor disparou mais de 7.800%, de acordo com dados da CoinDesk. Por um breve período, ele até ultrapassou o XRP como a quarta maior criptomoeda por capitalização de mercado em abril.
A moeda digital também é famosa entre os usuários da rede social Reddit, que assumiram um papel notório entre os investidores de varejo após a ascensão e queda das ações da rede de lojas de videogame GameStop.
O Dogecoin atingiu seu recorde em meados de abril, chegando a US$ 0,43 (cerca de R$ 2,34). É isso mesmo, a moeda ainda é muito barata.
Existem 129 bilhões de moedas em circulação hoje em dia, e novas estarão disponíveis para mineração a cada ano. É isso o que mantém o valor de cada moeda relativamente baixo — especialmente em comparação com a bitcoin, que é um recurso escasso.
(Texto traduzido. Leia o original em inglês aqui.)