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    Especialistas veem como positiva medida que obrigada bancos a oferecerem educação financeira a clientes

    Decisão foi anunciada pelo BC em dezembro de 2023 e começou a valer este mês

    Marien Ramosda CNN*

    Especialistas enxergam positivamente a nova medida anunciada pelo Banco Central (BC) no ano passado, que obriga os bancos a oferecerem educação financeira aos seus clientes. Decisão começou a valer no dia 1º deste mês.

    Em dezembro de 2023, o BC publicou a Resolução Conjunta nº 8, junto ao Conselho Monetário Nacional (CMN), exigindo que as instituições reguladas pelo órgão ofereçam ações que previnam o aumento da inadimplência e promovam a inclusão financeira.

     

    Em junho de 2024, o nível total de famílias com dívidas em atraso aumentou para 28,8%, crescimento de 0,2 ponto percentual (p.p.) na comparação com maio, segundo dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

    Josias Bento, especialista em mercado de capitais e sócio da GT Capital, afirma que em meio a esse cenário, a medida é muito benéfica, “visto que o consumidor terá mais noções sobre gestão financeira no seu orçamento doméstico, podendo tomar melhores decisões financeiras inclusive sobre crédito”.

    Atualmente, o cartão de crédito corresponde à maior participação no volume de endividados, usado por 86,4% do total de devedores.

    Entre os formatos de programas que podem ser oferecidos pelas instituições, estão cursos online, workshops presenciais, webinars, vídeos explicativos e guias práticos, acessíveis e adaptados às diferentes faixas etárias e perfis de clientes.

    Outro foco da medida é oferecer ferramentas que proporcionem aos clientes a capacidade de se recuperar de dificuldades financeiras momentâneas.

    “A nova resolução tende a contribuir muito na redução da taxa de pessoas endividadas. Com isso, há uma melhora na qualidade de vida dos brasileiros, ao conseguirem sair do ciclo de não saber lidar com dinheiro e apenas gastar”, afirma Renan Diego, educador financeiro.

    Além disso, Andressa Bergamo, especialista em mercado de capitais e sócia-fundadora da AVG Capital, pontuou que com a resolução, os bancos também “deverão treinar seus funcionários para estarem capacitados a orientar os clientes sobre questões financeiras”.

    Contudo, a especialista da GT Capital acredita que “essa implementação pode representar um desafio inicial para alguns bancos, especialmente em termos de custos e logística para desenvolver e manter programas educativos de alta qualidade”.

    Já a longo prazo, os benefícios chegam não só à população, mas também aos bancos, já que uma pessoa mais bem-educada financeiramente tende a ser um cliente melhor, e assim as instituições podem recuperar o investimento inicial, concluíram os especialistas.

    *Sob supervisão de Guilherme Niero

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