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    “Bancos não precisam de juros altos para ter lucro”, diz presidente da Febraban

    Em meio a críticas de Lula sobre Banco Central e juros elevados, Isaac Sidney defendeu agenda de redução do custo do crédito

    Priscila Yazbekda CNN

    Na semana em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar a independência do Banco Central e os juros altos, o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, saiu em defesa dos bancos e disse que as instituições financeiras não precisam de juros altos para lucrar.

    “Os bancos não precisam de juros altos para ter lucro. O que precisamos é de uma agenda para reduzir o custo de crédito. Os juros precisam baixar e isso não depende só dos bancos”, disse Sidney em evento do grupo Lide em Lisboa.

    O presidente da Febraban não fez referência direta às críticas recentes de Lula sobre o alto patamar dos juros básicos da economia, mas defendeu que os bancos têm spreads altos (diferença entre os juros pagos na captação e cobrados nos empréstimos) por causa do nível elevado de inadimplência e da dificuldade de execução de garantias.

    “É muito caro no Brasil tomar crédito. Temos que sair da posição vergonhosa de ser o setor bancário que menos recupera garantias no mundo”, afirmou Sidney.

    O presidente da Febraban disse que bancos defendem juros e empréstimos menores para democratizar o acesso ao crédito no país e acrescentou que o “setor bancário está fazendo sua parte”, concedendo cerca de R$ 15 trilhões em empréstimos.

    Sobre a parte que caberia ao governo, Sidney enfatizou a necessidade de encaminhamento das reformas administrativa e tributária. Sobre a reforma tributária especificamente, disse que é essencial que a proposta passe também pela reforma do consumo.

    Ele abriu o discurso dizendo que o setor privado pode contribuir com o governo oferecendo uma proposta para o novo arcabouço fiscal, o conjunto de regras que regem as contas públicas.

    “Precisamos, sim, ser protagonistas. Podemos oferecer proposta de arcabouço fiscal. Falamos tanto de responsabilidade fiscal. Não estou defendendo que haja uma corrida desesperada para que consigamos fazer com que a dívida pública se sustente […]. Não vejo oposição entre social e fiscal”, disse.

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