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    Banco Central sinaliza volta de Selic de dois dígitos

    Copom elevou taxa básica de juros em 1,50 ponto percentual, de 7,75% para 9,25% ao ano – o mais alto patamar desde setembro de 2017

    Thaís Barcellos e Eduardo Rodrigues; colaborou Mateus Fagundes, do Estadão Conteúdo

    Com uma inflação que não dá trégua, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou na última quarta (8) novamente a Selic em 1,50 ponto porcentual, de 7,75% para 9,25% ao ano.

    É o patamar mais alto da taxa básica de juros desde setembro de 2017, depois de o BC ter promovido, em 2021, o maior choque de juros em quase 20 anos.

    Além disso, o Copom já pavimentou a volta dos juros ao patamar de dois dígitos, indicando nova alta “da mesma magnitude” no próximo encontro, em fevereiro – quando a taxa chegaria, então, a 10,75%.

    O BC até deixou a porta aberta para uma mudança no ritmo de aumentos, já que retirou do seu comunicado trecho em que dizia que o passo de 1,50 ponto era o mais adequado para levar a inflação à meta.

    Manteve, porém, a ressalva usual de que o plano pode ser alterado com a evolução das projeções e expectativas de inflação, do balanço de riscos e da evolução da atividade econômica, algo que pode começar a pesar com o Brasil já em recessão técnica.

    Período perdido

    Mesmo levando o juro a dois dígitos, o BC pode não alcançar seu objetivo. No mercado financeiro, a maioria das instituições já espera o rompimento da meta de inflação neste ano e também em 2022.

    Para o economista-chefe da Garde Asset, Daniel Weeks, o BC mantém o ímpeto de baixar a inflação, mas olha mais para frente. “Achei que foi um jeito muito inteligente de assumir que o ano 2022 está perdido.”

    Já a economista-chefe do Santander Brasil, Ana Paula Vescovi, afirmou que o BC deixou claro no seu comunicado que não trará a inflação para a meta em 2022. “Nosso cenário é de Selic a 12,25%, impactando a atividade.”

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