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    Autoridades do BCE pedem aumento de juros para conter a inflação

    Objetivo é enfraquecer crescimento e frear alta dos preços, que está em risco crescente de se enraizar na zona do euro

    Por Balazs Koranyi, da Reuters

    Três das autoridades do Banco Central Europeu com posicionamento mais duro pediram nesta quinta-feira (10) o aumento dos juros para um nível que enfraqueça o crescimento a fim de conter a alta dos preços, que eles disseram estar em risco crescente de se enraizar na zona do euro.

    Com a inflação na zona do euro em dois dígitos, o BCE vem elevando os juros a um ritmo recorde, mesmo com a economia da região caminhando para a recessão.

    Isso levou algumas autoridades a pesar os benefícios de aumentos futuros em relação ao risco para o crescimento.

    Mas a membro do conselho do BCE Isabel Schnabel, a voz principal entre as autoridades que defendem os custos de empréstimos mais altos, disse que o banco central deve avançar e alcançar um “território restritivo”, um apelo ecoado pelos presidentes dos bancos centrais da Eslovênia e da Eslováquia.

    “Não há tempo para uma pausa na política monetária“, disse Schnabel a uma audiência no Banco da Eslovênia. “Precisaremos aumentar ainda mais os juros, provavelmente em território restritivo.”

    O anfitrião do evento, o presidente do banco central esloveno, Bostjan Vasle, e seu colega eslovaco, Peter Kazimir, repetiram a previsão momentos depois no mesmo painel.

    A taxa de depósito do BCE está agora em 1,5% e os economistas estimam que o nível neutro, que não é restritivo nem estimulativo, esteja entre 1,5% e 2%.

    Schnabel apontou uma série de indicadores sugerindo que o alto crescimento dos preços está em risco de se consolidar, como o aumento dos salários e a chamada inflação subjacente, que elimina os preços mais voláteis, mas também as expectativas do mercado e do consumidor.

    Isso significa que é improvável que uma recessão superficial reduza a inflação para a meta de 2% do BCE, acrescentou ela.

    “Apenas uma recessão profunda com um aumento acentuado do desemprego pode diminuir significativamente a pressão inflacionária”, disse Schnabel. “Isso é improvável atualmente, principalmente devido ao mercado de trabalho robusto, grande excesso de poupança e o apoio fiscal maciço.”

    Kazimir também disse que os governos da zona do euro estão gastando demais para apoiar as famílias durante a crise de energia, aumentando as pressões inflacionárias já excessivas.

    Vasle juntou-se a várias autoridades que pedem que o BCE comece a desfazer de seus títulos de vários trilhões de euros no próximo ano como parte de sua luta contra a inflação.

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