Atenção aos detalhes e desconfiança: veja dicas para evitar golpes no Pix
Seja por meio de roubo de informação, desatenção da vítima ou engenharia social, a atenção é sempre a melhor ferramenta para evitar cair em golpes
Golpes financeiros não são nenhuma novidade e nem o Pix é exceção de ser usado em esquemas para roubar dinheiro dos usuários.
Seja por meio de roubo de informação, desatenção da vítima ou engenharia social, especialistas ouvidos pela CNN afirmam que a atenção e desconfiança são as melhores ferramentas para evitar cair em golpes envolvendo o Pix.
Confira as dicas que a CNN reuniu para evitar ser vitima de fraude.
Atenção aos detalhes
A principal forma de evitar golpes é prestar atenção nos detalhes. Fatores como número do telefone que te ligou, consulta da chave Pix, pesquisa de informações passadas pelos golpistas são essenciais para evitar cair em golpes.
Francisco Gomes Júnior, advogado especialista em direito digital e presidente da Associação de Defesa de Dados Pessoais e do Consumidor (ADDP), afirma que, ao prestar atenção, já é possível evitar cair nessas fraudes.
“O principal cuidado continua sendo conferir o número do Pix detalhadamente, porque boa parte dos golpes vêm da troca de algarismos da chave e confira as informações na tela antes de finalizar a transação e procurar por inconsistências.”
Outra dica importante é não compartilhar informações que permitam que golpistas tenham acesso a conta bancária ou que permitam criar novas em seu nome.
Bancos e órgãos do governo não ligam para ninguém solicitando informações como CPF e RG. Também é importante não compartilhar dados em sites suspeitos ou que não sejam familiares.
Não acredite em histórias
Outra dica importante é não acreditar em mensagens e ligações afirmando que houve uma transferência errada.
Nesses casos, a recomendação é não acreditar e nem dar papo. Nessas situações os golpistas usam táticas de engenharia social, uma forma de manipulação que explora erros humanos para obter informações privadas, acessos ou coisas de valor.
Muitas vezes os golpistas fazem um Pix “errado” e entram em contato com a vítima para solicitar o estorno do valor. Ao invés de solicitar o Pix para conta original, é solicitado o envio do dinheiro para uma outra chave Pix.
Feito a transação, o bandido aciona o Mecanismo Especial de Devolução (MED) para tentar obter de volta o Pix originalmente enviado à vítima. Além de receber o dinheiro enviado pela vítima, também recebe o valor estornado.
Paciência é o melhor caminho
O senso de urgência é uma das principais táticas para extorquir a vítima do valor a ser transferido.
A pressão é realizada sob a vítima para dar tempo de pensar ou prestar atenção em detalhes que possam a levar à desistência de realizar o Pix ao golpista.
Golpes como o do site de leilões falsos, que anunciam produtos por preços bem abaixo do mercado e pedem transferências, depósitos e até dinheiro via Pix para assegurar a compra, são um bom exemplo desse tipo de urgência.
Geralmente apelam para a urgência em fechar o negócio, dizendo que você pode perder os descontos. Mas nunca entregam as mercadorias pagas. Além disso, os fraudadores podem se aproveitar para roubar informações importantes como CPF e número de conta das vítimas.
Wally Niz, diretor de marketing e vendas da Navita Enghouse, empresa de gestão de telecomunicação e gerenciamento de dispositivos móveis, explica que é preciso suspeitar dessa pressa toda.
“É sempre desconfiar quando você tem sempre um senso de urgência muito grande para você fazer alguma coisa via Pix. Essa falta de tempo é feito para a vítima não pensar e é bem perigoso caso a pessoa não suspeite logo de cara.”
Se não está se sentindo seguro, use outros meios
Apesar de apresentar facilidades para realizar pagamento, o Pix é um serviço novo que ainda passa por ajustes para garantir a segurança dos usuários.
Francisco Gomes Júnior, advogado especialista em direito digital, diz que em caso de insegurança em transferências de valores mais altos, o usuário pode optar por outras formas de pagamento mais consolidadas.
“Se houver uma transferência de um valor muito alto, por exemplo, o TED é uma alternativa ao Pix, pois possui mecanismos de confiança que permitem bloqueios e estornos com mais facilidade, apesar do tempo para conclusão da operação”, explica.
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