77% do mercado vê falta de política fiscal eficiente como principal problema econômico, diz Quaest
Número aumentou 20 pontos porcentuais em relação à sondagem anterior, realizada em setembro
A falta de uma política fiscal que funcione é o principal obstaculo para a economia hoje, na opinião de 77% dos entrevistados no mercado financeiro pela pesquisa “O que pensa o mercado financeiro”, da Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira (22).
O número aumentou 20 pontos porcentuais em relação à sondagem anterior, realizada em setembro, quando o percentual era de 57%.
A forma como o mercado financeiro avalia o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também piorou em novembro, registrando uma queda de 3 pontos percentuais na avaliação positiva da gestão e um aumento de 5 pontos na negativa.
A avaliação negativa do governo no mercado atingiu 52%, ante 47% em setembro. Os que avaliam a gestão como regular são 39%, ante 41% na rodada anterior.
Na outra ponta, a avaliação positiva do governo caiu para o patamar de 9% ante 12% registrados em setembro.
Avaliação de Haddad
O trabalho do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é bem avaliado por 43%, ante 46% em setembro.
Em julho, o percentual dos que enxergam o desempenho de Haddad de forma positiva era de 65%.
A avaliação negativa de Haddad está em 24% agora, ante 23% em setembro e 11% em julho.
Os que veem o trabalho do ministro como regular são 33% agora, ante 31% em setembro e 24% em julho.
Para 39%, o ministro perdeu força desde setembro, após o início de discussões sobre a possibilidade do governo alterar a meta fiscal de déficit zero em 2024.
Meta de déficit zero
Para 49% a força de Haddad está igual a de dois meses atrás e 12% avaliam que aumentou. O Executivo decidiu, por ora, manter a meta de zerar o déficit primário no ano que vem.
Cem por cento dos entrevistados disseram acreditar que o governo não conseguirá zerar a meta fiscal no ano que vem, ante 95% no levantamento passado.
O levantamento apontou ainda que 77% dos entrevistados entendem que a falta de uma política fiscal que funcione é o principal problema que dificulta a melhora da economia. Em setembro, esse percentual era de 57%.
A atual equipe econômica é considerada pior que a do governo Jair Bolsonaro por 80% dos entrevistados, enquanto 8% a avaliam como melhor e 12% entendem que ela é de qualidade igual.
Ainda, 73% dos entrevistados avaliam que a política econômica está no caminho errado, contra 72% em setembro. Outros 27% consideram que ela segue no caminho certo, ante 28% na rodada de dois meses atrás.
Para 55% a economia vai piorar nos próximos 12 meses, ante 34% em setembro, ao passo que 21% entendem que vai melhorar, ante 36%, e 24% avaliam que ficará igual, versus 30% em setembro.
A sondagem apontou ainda que 74% avaliam que a reforma tributária em discussão no Congresso é melhor do que o sistema tributário atual, contra 12% que entendem que é igual e 14% que avaliam como pior.
Além disso, 73% consideram que as alterações promovidas pelo Senado pioraram o texto, ao passo que 27% avaliam que melhoraram.
A pesquisa realizou 100 entrevistas com gestores, economistas, analistas e tomadores de decisão ligados a fundos de investimentos com sede em São Paulo e no Rio de Janeiro entre os dias 16 e 21 de novembro.
*Com Reuters