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    Em indústria de mais de US$ 200 bi, games ajudam a definir cultura e comportamento das gerações Z e Alpha

    Universo de games pode ser uma cola social dos mais jovens para conexão e pertencimento

    Bozena Rezab, cofundadora e CEO da Gamee, durante terceiro dia do Web Summit 2023
    Bozena Rezab, cofundadora e CEO da Gamee, durante terceiro dia do Web Summit 2023 Marcelo Tripoli

    Marcelo Tripolida CNN

    Não é de hoje que os números da indústria gamer impressionam: a receita anual prevista passa dos US$ 200 bilhões, superando setores consolidados como o audiovisual, que atualmente se retroalimentam. Estão aí sucessos como a série da HBO The Last of Us e Super Mario Bros, o filme.

    Mas, para além dos números, o universo de games cresce em outro aspecto, já que ele pode ser uma cola social dos mais jovens para conexão e pertencimento.

    A avaliação é de Bozena Rezab, cofundadora e CEO da Gamee, uma das primeiras empresas a lançar jogos dentro de plataformas de mensagens como Viber e Telegram, apostando na conexão dos gamers. Ela participou nesta quinta-feira (16) do Web Summit 2023, que acontece em Lisboa.

    “Há uma grande mudança geracional na forma como nos comportamos e isso também está nos games”, avalia a executiva. Ela explica que as gerações Z e Alpha se relacionam com os games de forma diferente porque eles ganharam um caráter importante de conexão entre seus pares. “Não é apenas jogar, é a conexão com os amigos, uma maneira de se expressarem”, aponta.

    A chamada “geração Roblox” ou “geração Minecraft” olha de outra maneira para as conexões e exige isso dos jogos. E a pandemia pode ter tido o seu papel.

    Enquanto outras indústrias foram penalizadas, o número de jogadores cresceu mais de 30%, não apenas como entretenimento para quem teve a circulação limitada. Houve shows, casamento e até funerais em ambientes gamers, lembra Rezab.

    “É quase um tecido social. Eles se sentem parte, querem influenciar, terem opinião como parte interessada no jogo. Vivem no Discord. Os gamers odeiam o Metaverso, mas estão de certa forma lá, já que é um espaço de conexões e bens virtuais. Eles odeiam o nome que foi dado pelo Mark Zuckerberg, mas isso já está acontecendo”, avalia.

    E a tecnologia blockchain tem um papel importante nisso. Para Rezab, ela justamente ajuda a fortalecer as comunidades em torno dos games de uma forma que nunca foi feita antes. Ela explica que quando olhamos para o atual ecossistema da indústria gamer, os desenvolvedores interpretam o que os criadores buscam. Mas cada vez mais a comunidade também contribui.

    “Quase todo mundo está na economia dos criadores de conteúdo. Assim que você compartilha algo, tira uma foto ou comenta, você se torna um criador de conteúdo” reforça Rezab. Na sua visão, esse comportamento também já está presente no universo gamer, mas ainda não foi absorvido pelo modelo econômico.

    Ela explica, ainda, que ao tentar identificar uma nova tendência, é fundamental buscar algo no comportamento que já está em prática.

    “Aí que o blockchain pode ser poderoso. Ao engajar a comunidade ao redor do game. É algo que acredito que será grande”, afirma. “Eu gosto da ideia de que os games encontrem um lugar nessa mudança, que também é uma força cultural. Como dizem, o conteúdo é rei. É ele que torna tudo mais fácil de usar a impulsiona a adoção de novas tecnologias”, defende.