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    Em discurso no G7, Lula critica neoliberalismo, cita crise na Argentina e cobra FMI

    Em primeira sessão de trabalho junto com membros do G7, Lula fala de retrocessos no comércio global e protecionismo de países ricos

    Priscila Yazbekda CNN

    Ao falar aos países ricos, no seu primeiro discurso junto aos membros do G7, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) falou sobre a crise na Argentina e cobrou do Fundo Monetário Internacional (FMI) um tratamento aos países com alto nível de endividamento que considere as políticas de ajuste fiscal.

    “O endividamento externo de muitos países, que vitimou o Brasil no passado e hoje assola a Argentina, é causa de desigualdade gritante e crescente, e requer do Fundo Monetário Internacional um tratamento que considere as consequências sociais das políticas de ajuste”, disse Lula.

    O presidente também relacionou o protecionismo de países ricos ao enfraquecimento do comércio global e à paralisação de organismos multilaterais, como a Organização Mundial do Comércio (OMC).

    “Houve retrocessos importantes, como o enfraquecimento do sistema multilateral de comércio. O protecionismo dos países ricos ganhou força e a Organização Mundial do Comércio permanece paralisada. Ninguém se recorda da Rodada do Desenvolvimento” afirmou o presidente.

    O presidente se encontrou com Kristalina Giorgeva, diretora-geral do FMI. A reunião aconteceu a portas fechadas, mas logo após o aperto inicial de mãos, aberto à imprensa, foi possível ouvir Lula mencionando a Argentina.

    O governo Lula tem se posicionado a favor da reforma de organismos multilaterais como o Banco Mundial e o FMI. Dentro do governo, há uma visão de que essas entidades exigem contrapartidas aos empréstimos, como privatizações, que atendem aos interesses dos países ricos – seus principais financiadores – e não condizem com a realidade dos emergentes.

    Tanto a visão crítica aos organismos multilaterais, quanto a indicação de Dilma Rousseff ao banco dos Brics, estão ligadas à intenção de Lula de fortalecer a aliança do Brasil com países do chamado Sul global e reduzir a dependência de países avançados, fortalecendo a posição do Brasil como um líder regional.

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