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    Convocados a depor na CPI das Pirâmides, representantes da Hurb e Binance faltam à sessão

    Ambos alegaram impossibilidade de comparecimento no dia e se comprometeram a participar da CPI na próxima quinta-feira (14)

    Sessão ouve vítima de Atlas Quantum, empresa acusada de aplicar golpe de R$ 7 bilhões em cerca de 200 mil investidores
    Sessão ouve vítima de Atlas Quantum, empresa acusada de aplicar golpe de R$ 7 bilhões em cerca de 200 mil investidores Reprodução/ TV Câmara

    Diego Mendesda CNN

    São Paulo

    O diretor da corretora de criptomoedas Binance no Brasil, Guilherme Haddad Nazar, e João Ricardo Rangel Mendes, presidente da empresa Hurb — Hotel Urbano, não compareceram à sessão da CPI das Pirâmides Financeiras que aconteceu nesta terça-feira (12), na Câmara dos Deputados.

    Ambos os convocados alegaram impossibilidade de comparecimento no dia e se comprometeram a participar da CPI na próxima quinta-feira (14), às 10h.

    Em nota, a Binance no Brasil informou que Guilherme Nazar foi oficialmente notificado por e-mail na manhã do dia 11 de setembro para testemunhar presencialmente amanhã no dia 12, entretanto alegou que estaria em um voo retornando de uma viagem ao exterior.

    Afirmou ainda que vai colaborar ativamente com os trabalhos da CPI, além de prestar todos os esclarecimentos solicitados.

    O deputado Alfredo Gaspar (União-AL) solicitou a convocação de Nazar como testemunha, para prestar esclarecimentos sobre a atuação da empresa na gestão de criptomoedas e sobre possíveis parcerias com empresas nacionais envolvidas em serviços financeiros associados às criptomoedas.

    O representante do Hurb foi convocado a pedido do deputado Duarte Júnior (PSB-MA). A empresa, que vendia pacotes de viagens, é acusada de fazer capital de giro com o dinheiro dos clientes e o não cumprimento de contratos.

    A única testemunha convocada que compareceu foi Matheus Muller Ferreira de Abreu, um dos líderes da Valquíria — grupo de investigação que visa recuperar valores perdidos pela Atlas Quantum.

    A empresa é acusada de aplicar um golpe de R$ 7 bilhões em cerca de 200 mil investidores. O fundador da Atlas, Rodrigo Marques dos Santos, já teve seu sigilo bancário quebrado pela CPI.

    Em suas considerações iniciais, Abreu afirmou ser vítima da Atlas Quantum e disse que compareceu para colaborar com as investigações e entregar documentos que conseguiu obter através de ex-diretores da empresa, ex-advogados, ex-funcionários.

    Em seu depoimento, Abreu revelou que teve acesso a uma planilha de gastos da Atlas, dentre eles, doações a deputados e candidatos a cargos públicos em período eleitoral.

    Os envolvidos nos golpes da Atlas fizerem doações milionárias para campanhas eleitorais, incluindo para campanhas de eleições presidenciais.

    “O que me chamou muito a atenção foi a doação de R$ 600 mil para Jair Messias Bolsonado, através de advogados e pessoas ligadas à diretoria da Atlas Quantum. Todo esses documentos serão entregues para que todos possam analisar”, destacou a testemunha.

    “Fui pastor de igreja evangélica e atuei em mercado financeiro. No momento do golpe atuava como representante bancário. Fui atraído pela propaganda e pelas informações de mercado, investi recursos próprios no grupo Atlas Quantum destinado à aplicação no mercado de criptoativos.”

    Abreu contou que quando começaram as notícias sobre os riscos da quebra Atlas, após o stop order da Comissão de Valores Monetários (CVM), começou a mandar mensagens a Santos, fundador da empresa.

    “Tinha acesso aos sistemas bancários, aos telefones, e-mails utilizados pelos diretores e CEOs da Atlas, pedindo que fizessem a devolução dos meus valores, mas nunca obtive resposta dos responsáveis.”

    O depoente contou que criou o grupo Valquíria com o intuito de encontrar mais vítimas da empresa de investimentos e ter mais força para investigar o golpe.

    A CNN entrou em contato com a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro, mas até o momento não teve retorno.

    Veja também: Donos da 123milhas são proibidos de deixar o país