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    Contração da atividade industrial e queda na demanda de serviços pressionam economia chinesa

    Pequim segue sendo pressionada por mais medidas de estímulo

    Apesar de melhora no consumo interno, diversos setores da economia chinesa seguem desacelerando
    Apesar de melhora no consumo interno, diversos setores da economia chinesa seguem desacelerando REUTERS/Aly Song

    Laura Heda CNN

    Hong Kong

    O Índice Oficial de Gerentes de Compras (PMI) do setor industrial da China – que pesquisa grandes empresas e empresas estatais – ficou em 49,7 em agosto, acima dos 49,3 de julho, de acordo com dados divulgados pelo Departamento Nacional de Estatísticas (NBS, na sigla em inglês) na quinta-feira (31).

    Uma leitura acima de 50 indica expansão, enquanto qualquer valor abaixo desse nível mostra contração.

    Foi o terceiro mês consecutivo em que o índice melhorou em relação ao mês anterior e foi melhor do que os economistas esperavam. Contudo, é o quinto mês em sequência no qual o PMI contraiu.

    De acordo com os dados, a indústria transformadora da China vem contraindo desde abril. Com os números levantados nessa quinta, outras áreas da economia também estão desacelerando.

    O PMI não-industrial, que mede a atividade empresarial nos serviços e construção, ficou em 51 este mês, abaixo dos 51,5 de julho, de acordo com o NBS.

    “Os dados do PMI sugerem uma ligeira melhoria na atividade econômica em agosto”, escreveram analistas da Capital Economics.

    “Mas a dinâmica econômica global continua fraca e é necessário mais apoio político para evitar um novo abrandamento ainda este ano”, concluiu o grupo.

    O crescimento econômico da China vem desacelerando desde o 2º trimestre, quando uma recuperação impulsionada pelo fim das restrições à pandemia desapareceu.

    Pequim reconheceu que enfrenta uma recuperação “tortuosa” e anunciou uma série de medidas de estímulo para reacender o crescimento econômico.

    As medidas até agora incluem permitir que os governos locais adquiram mais empréstimos para financiar projetos de infraestrutura, reduzir as taxas de juro para reforçar os empréstimos bancários e flexibilizar as regras hipotecárias para reavivar a procura de casas.

    Alguns estímulos já podem ter começado a dar frutos este mês, disseram analistas.

    Os dados do PMI de quinta-feira mostraram que o subíndice do setor de construção saltou significativamente para 53,8.

    O que pode ter refletido no indicador, foi “uma recuperação” na construção de infraestrutura. Pequim vem instruindo os governos locais a aproveitarem suas cotas para financiar projetos, disseram os analistas da Capital Economics.

    Consumo doméstico “superando” externo

    A procura interna também parece ter melhorado, com o subíndice de novas encomendas à indústria saltando acima de 50 pela primeira vez em cinco meses.

    “Devem ser principalmente encomendas internas, uma vez que a série de encomendas de exportação continua em baixa”, disse Robert Carnell, chefe regional de pesquisa na Ásia-Pacífico do ING Group.

    A melhora proporciona “algum encorajamento” sobre as perspectivas de curto prazo, acrescentou.

    Contudo, o panorama econômico geral ainda não parece muito promissor.

    O subíndice da indústria de serviços, a maior fonte de emprego para os jovens, caiu para o nível mais baixo desde janeiro e muito abaixo dos níveis pré-pandemia.

    Além disso, a crise imobiliária da China continua se aprofundando. A Country Garden disse na quarta-feira (30) que corre o risco de deixar de pagar suas enormes dívidas depois de registrar uma perda de US$ 7 bilhões (R$ 34,61 bilhões) nos primeiros seis meses do ano.

    Veja também: Meta de crescimento da China é de 5% para 2023

    Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

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