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    China corta taxa de juros em meio a fracasso da retomada da economia no país

    Há baixas perspectivas de bancos de Wall Street para cenário econômico chinês

    Taxa define os juros que os bancos comerciais cobram de seus melhores clientes e serve como referência para empréstimos a famílias e empresas
    Taxa define os juros que os bancos comerciais cobram de seus melhores clientes e serve como referência para empréstimos a famílias e empresas Reuters/Jason Lee/File Photo

    Laura Heda CNN

    Hong Kong

    O Banco Central da China corta seus principais índices de referência de taxas de juros pela primeira vez em 10 meses, no seu mais recente esforço para impulsionar o crescimento enquanto a segunda maior economia do mundo enfraquece.

    Os cortes de taxas ocorreram em decorrência aos bancos de Wall Street, incluindo o Goldman Sachs, reduzirem suas previsões para a economia da China.

    De acordo com Goldman no domingo, a recuperação provocada pela reabertura pós-Covid do país parecia ter “fracassado” no segundo trimestre, ao rebaixar sua previsão de crescimento este ano de 6% para 5,4%.

    O Banco Central chinês cortou na terça-feira sua taxa básica de juros de empréstimo de um ano em 10 pontos-base, de 3,65% para 3,55%, e reduziu a taxa de cinco anos na mesma margem para 4,2%. Os cortes seguem reduções em outras taxas de juros na semana passada.

    A taxa define os juros que os bancos comerciais cobram de seus melhores clientes e serve como referência para empréstimos a famílias e empresas.

    A taxa de um ano afeta a maioria dos novos empréstimos e dos pendentes, enquanto a taxa de cinco anos influencia o preço de empréstimos de longo prazo, como hipotecas.

    Esta é a primeira vez que o BC chinês cortou ambas as taxas básicas de empréstimo desde agosto de 2022, quando novos bloqueios da Covid e uma desaceleração imobiliária cada vez mais profunda estavam afetando a economia.

    Mas analistas disseram que os esforços do BC na terça-feira e na semana passada não foram o suficiente.

    “É improvável que o corte de 10 pontos básicos nas taxas estimule a confiança empresarial e a demanda por moradias”, disse Ken-Cheung, estrategista-chefe de câmbio asiático do Banco Mizuho.

    “Acreditamos que um pacote de estímulo ousado que cubra a política fiscal e medida de apoio nos mercados imobiliários seja necessário para reestabelecer a confiança do mercado na recuperação da China”, acrescentou.

    As ações de Hong Kong e da China continental caíram após os cortes nas taxas de terça-feira. O índice Hang Seng caiu 1,7% e o Shanghai Composite caiu 0,5%. Eles tiveram um desempenho inferior a outros mercados da região.

    “Esta decisão está de acordo com nossas expectativas, mas pode ser decepcionante para alguns analistas que esperavam um corte maior de pelo menos 15 [pontos básicos] na taxa básica de juros de empréstimo de 5 anos”, escrevem analistas do banco Goldman Sachs em nota na terça-feira.

    “Continuamos esperando que novas medidas de flexibilização sejam anunciadas nas próximas semanas, especialmente fiscal, habitacional e de consumo, embora a magnitude do estímulo deva ser menor do que em ciclos de flexibilização anteriores.”

    O investimento imobiliário caiu 7,2% nos primeiros cinco meses em 2023, pior do que a queda de 6,2% registrada no período de janeiro a abril, segundo dados oficiais divulgados na semana passada.

    A desaceleração também é evidente em muitos outros setores.

    A atividade fabril caiu em maio para o nível mais fraco desde que o país encerrou sua política de Covid-zero em dezembro, de acordo com uma pesquisa do governo divulgada no final do mês passado.

    As estatísticas alfandegarias mostraram separadamente que as exportações caíram 7,5% em maio em relação ao ano anterior, a maior queda desde janeiro, enquanto os fabricantes lutavam para encontrar demanda no exterior em meio à desaceleração do crescimento global.

    Os dados sobre vendas no varejo, produção industrial e investimentos divulgados pelo Departamento Nacional de Estatísticas americano na semana passada ficaram aquém das expectativas do mercado.

    A questão mais preocupante para formuladores de política provavelmente será a taxa de desemprego persistentemente alta.

    A taxa de desemprego para jovens de 16 a 24 anos aumentou para 20,8% no mês passado, quebrando o recorde anterior estabelecido em abril.

    Mais de 6 milhões de pessoas dessa faixa etária estavam desempregadas em maio, disse Fu Linghui, porta-voz do Departamento Nacional de Estatísticas americano, em uma coletiva de imprensa em Pequim na semana passada.

    Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

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