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    Campos Neto volta a defender atual patamar de juros e diz que inflação cai, mas “muito lentamente”

    Presidente do BC participou de sessão do Senado ao lado do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco, e dos ministros da Fazenda e Planejamento, Fernando Haddad e Simone Tebet

    Danilo Moliternoda CNN , São Paulo

    O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse em evento do Senado Federal nesta quinta-feira (27) que a inflação de curto prazo tem caído, mas “muito lentamente”. Além disso, ele voltou a defender o atual patamar da taxa básica de juros — em 13,75% ao ano desde agosto de 2022.

    “A inflação do curto prazo tem caído, mas muito lentamente, a gente teve número de inflação nesta semana. Os núcleos [medida que procura captar a tendência dos preços desconsiderando distúrbios temporários] continuam altos”, disse.

    Campos Neto esteve ao lado do presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e dos ministros da Fazenda e do Planejamento, Fernando Haddad e Simone Tebet, na sessão.

    Em sua fala, ele também mencionou que a inflação futura vem mostrando melhora. “Quando a gente olha as curvas futuras, elas começaram a mostrar inversão, e com algumas medidas que o governo tem tomado elas têm seguido nessa trajetória de melhora”, disse.

    O presidente do BC ainda voltou a defender a autonomia do Banco Central e as metas da inflação. Segundo Campos Neto, parte das críticas feitas ao regime são infundadas.

    “Quando a gente olha o sistema de metas no Brasil, ele passou a maior parte do tempo dentro da banda. Sempre há questionamentos sobre ficar fora da banca, e não é verdade. Ele ficou grande parte dentro da banda e teve sete estouros em 24 anos”.

    Haddad destaca relação entre políticas fiscal e monetária

    Ao lado do presidente do Banco Central, Fernando Haddad afirmou que a ala econômica do governo tem “tomado medidas difíceis”, mas o resultado será um “saneamento” das contas públicas.

    “Não vejo política fiscal, monetária e prudencial separadas. Elas fazem parte da mesma engrenagem. Se a economia continuar desacelerando por razões ligadas à política monetária, vamos ter problemas fiscais, porque a arrecadação será impactada. Nós estamos tomando medidas difíceis, impopulares, mas que vão sanear as contas públicas para permitir um horizonte de planejamento maior”, afirmou.

    Durante sua fala, o ministro reforçou a necessidade de integração entre políticas monetária e fiscal para que a economia cresça com sustentabilidade, em aceno ao Banco Central (BC) para diálogos sobre a taxa de juros.

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