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    BC reconhece melhora fiscal, mas diz que é preciso ter “paciência e serenidade”

    Autoridade monetária manteve juros em 13,75% ao ano e argumenta que ainda existe incerteza relacionada à gestão das contas públicas

    Banco Central segurou juros no maior patamar desde 2016 pela sexta reunião seguida
    Banco Central segurou juros no maior patamar desde 2016 pela sexta reunião seguida José Cruz/Agência Brasil

    Fernando Nakagawada CNN

    O cenário fiscal melhorou, mas ainda é insuficiente para iniciar a cortar a taxa do juro. Esse foi principal o recado do Banco Central (BC), que manteve o juro básico da economia em 13,75% — exatamente como esperado. No comunicado divulgado após a decisão, o BC diz que o atual cenário “demanda paciência e serenidade”.

    Ao explicar a manutenção do juro, o BC argumenta que ainda existe incerteza relacionada à gestão das contas públicas. Se em março, a dúvida era sobre o projeto de nova regra fiscal — que não havia sido apresentado. Agora, com o texto divulgado, a dúvida recai “sobre o desenho final do arcabouço fiscal a ser aprovado pelo Congresso Nacional”.

    O comunicado reconhece, porém, que essa incerteza sobre as contas públicas diminuiu na comparação com a reunião anterior, em março. O texto cita a volta da cobrança dos impostos federais nos combustíveis e, principalmente, a apresentação do projeto como razões para essa melhora.

    Sobre os próximos passos, o Comitê de Política Monetária (Copom) diz que manter o juro em 13,75% é compatível com a estratégia de levar a inflação à meta no chamado “horizonte relevante” para a política monetária.

    Nesse trecho, chama atenção que o ano de 2024 é citado como a referência do horizonte relevante. Em março, o horizonte era mais amplo: “inclui os anos de 2023 e, em grau maior, de 2024”. Ou seja, 2023 parece ser cada vez menos importante nas decisões do BC.

    E o comunicado manteve — ainda que com um ajuste — a frase que deixou o governo federal furioso há algumas semanas.

    O texto diz que, apesar de ser um cenário menos provável, o BC não descarta volta a subir o juro se a inflação não baixar. “O Comitê enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado”.