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    BC reconhece melhora fiscal, mas diz que é preciso ter “paciência e serenidade”

    Autoridade monetária manteve juros em 13,75% ao ano e argumenta que ainda existe incerteza relacionada à gestão das contas públicas

    Fernando Nakagawada CNN

    O cenário fiscal melhorou, mas ainda é insuficiente para iniciar a cortar a taxa do juro. Esse foi principal o recado do Banco Central (BC), que manteve o juro básico da economia em 13,75% — exatamente como esperado. No comunicado divulgado após a decisão, o BC diz que o atual cenário “demanda paciência e serenidade”.

    Ao explicar a manutenção do juro, o BC argumenta que ainda existe incerteza relacionada à gestão das contas públicas. Se em março, a dúvida era sobre o projeto de nova regra fiscal — que não havia sido apresentado. Agora, com o texto divulgado, a dúvida recai “sobre o desenho final do arcabouço fiscal a ser aprovado pelo Congresso Nacional”.

    O comunicado reconhece, porém, que essa incerteza sobre as contas públicas diminuiu na comparação com a reunião anterior, em março. O texto cita a volta da cobrança dos impostos federais nos combustíveis e, principalmente, a apresentação do projeto como razões para essa melhora.

    Sobre os próximos passos, o Comitê de Política Monetária (Copom) diz que manter o juro em 13,75% é compatível com a estratégia de levar a inflação à meta no chamado “horizonte relevante” para a política monetária.

    Nesse trecho, chama atenção que o ano de 2024 é citado como a referência do horizonte relevante. Em março, o horizonte era mais amplo: “inclui os anos de 2023 e, em grau maior, de 2024”. Ou seja, 2023 parece ser cada vez menos importante nas decisões do BC.

    E o comunicado manteve — ainda que com um ajuste — a frase que deixou o governo federal furioso há algumas semanas.

    O texto diz que, apesar de ser um cenário menos provável, o BC não descarta volta a subir o juro se a inflação não baixar. “O Comitê enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado”.

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