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    Atividade industrial da China contrai em outubro por queda na demanda

    Contração da indústria reforça argumentos por estímulos do governo

    Nível do PMI em setembro ficou em 50,2
    Nível do PMI em setembro ficou em 50,2 REUTERS/Stringer

    Laura Heda CNN

    Hong Kong

    A indústria da China contraiu em outubro devido à fraca procura, alimentando os apelos por um apoio político mais forte para impulsionar o crescimento.

    O Índice Oficial de Gerentes de Compras (PMI) do setor industrial caiu 0,7 pontos em outubro, para 49,5, segundo divulgação do Departamento Nacional de Estatísticas (DNE) da China na terça-feira (31).

    Analistas consultados pela Reuters esperavam estabilidade em comparação a setembro.

    O PMI não-industrial, que abrange os setores de serviços e construção, caiu para 50,6 este mês, o nível mais baixo desde que a China suspendeu as restrições da Covid-19 em dezembro de 2022.

    O PMI é um indicador mensal da atividade econômica. Uma leitura acima de 50 indica expansão, enquanto qualquer valor abaixo desse nível mostra contração.

    O feriado da Semana Dourada, que durou de 29 de setembro a 6 de outubro, também afetou o PMI industrial, de acordo com o DNE. Mas a contração também sublinha a fragilidade da segunda maior economia do mundo.

    A economia da China enfrenta desafios crescentes, que vão desde a fraca despesa dos consumidores e o aprofundamento da crise imobiliária até à fraca procura global.

    O setor industrial, que representa 28% do Produto Interno Bruto (PIB), contraiu por cinco meses consecutivos depois de março. Em setembro, o indicador subiu, alimentando esperanças de que a economia estava em vias de se estabilizar.

    “A queda inesperada do PMI industrial mostra que a recuperação na China é um caminho difícil, uma vez que a procura interna ainda é bastante fraca”, disse Zhiwei Zhang, presidente e economista-chefe da Pinpoint Asset Management.

    Baixa procura

    A pesquisa do DNE mostrou que as novas encomendas às fábricas diminuíram em outubro em relação ao mês anterior, apontando para uma queda na procura. O subíndice de emprego também caiu, indicando que as fábricas contrataram menos trabalhadores.

    A queda no PMI não-industrial, entretanto, sugere que a procura reprimida por viagens e reuniões diminuiu rapidamente após o feriado da Semana Dourada, de acordo com analistas da Nomura.

    No geral, “o fraco PMI reforça a necessidade de um apoio mais forte à política fiscal”, disse Zhang.

    Aporte governamental

    Pequim intensificou medidas de estímulo nas últimas semanas.

    O principal órgão parlamentar da China aprovou uma emissão de títulos soberanos de 1 trilhão de yuans (R$ 690 bilhões) na semana passada para estimular a economia. As autoridades disseram que a emissão se destinava a projetos de infraestrutura em áreas do país atingidas por desastres.

    Medidas de flexibilização imobiliária também estão sendo implementadas em todo o país. Mais cidades, incluindo Hangzhou e Liuzhou, afrouxaram as restrições à compra de casas nas últimas semanas.

    Na segunda-feira (30), o Presidente Xi Jinping deu início a uma importante reunião de política financeira em Pequim, a primeira deste tipo em seis anos, para encontrar formas de estimular o crescimento e resolver riscos financeiros, incluindo o aumento da dívida entre os governos locais.

    “A redução do risco dos governos locais exigirá uma combinação de políticas fiscais proativas e políticas monetárias acomodatícias no futuro”, disse Zhaopeng Xing, estrategista sênior para a China da ANZ Research, em um relatório divulgado na terça-feira.

    Zhaopeng espera que o Banco do Povo da China reduza as reservas obrigatórias – a porcentagem mínima de depósitos que os bancos comerciais devem manter – em 50 pontos base no quarto trimestre, o que poderia injetar 1,2 trilhões de yuans (R$ 830 bilhões) no sistema financeiro.

    Veja também: Crescimento do PIB da China supera as expectativas no 3º tri

    Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

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