Vendas no varejo sobem 3% nos EUA no fim do ano, puxadas por móveis e decoração
As vendas online também cresceram 49% entre 11 de outubro e 24 de dezembro, enfatizando ainda mais como a pandemia de Covid-19 remodelou os hábitos de compra
Depois de passar quase um ano preso em casa, uma hora a gente se cansa de ficar olhando para o mesmo sofá surrado, e os velhos rangidos e cores começam a dar nos nervos.
Assim, não é de surpreender que, nos Estados Unidos pelo menos, móveis e itens para o lar tenham sido campeões de vendas neste fim de ano, ajudando a aumentar em 3% as vendas no varejo durante a temporada prolongada de compras nesta época, de acordo com um relatório da Mastercard SpendingPulse.
As vendas online também cresceram 49% entre 11 de outubro e 24 de dezembro, enfatizando ainda mais como a pandemia de Covid-19 remodelou os hábitos de compra.
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A temporada prolongada de compras nos Estados Unidos, que começou em outubro com um Amazon Prime Day atrasado neste ano (o evento anual da companhia, com descontos para membros Amazon Prime, normalmente acontece em meados de julho), foi marcada por uma série de varejistas oferecendo promoções especiais para incentivar os clientes a fazer compras antecipadas e garantir entregas dentro do prazo.
O aumento das vendas de fim de ano promoveu uma abundância de remessas. No entanto, em muitos casos, isso limitava a capacidade dos serviços de encomendas de entregá-las no prazo.
No entanto, o aumento das vendas e remessas levou a uma queda nos clientes de última hora em relação ao ano passado, concluiu o relatório, com as vendas online representando 19,7% do total das vendas no varejo. Além disso, a Black Friday, um feriado não oficial muito importante nos EUA e caracterizado por ofertas únicas, foi o dia que teve mais compras da temporada.
O aumento das vendas e das datas de compra foi uma “prova da época de fim de ano e da força dos varejistas e consumidores”, disse em um comunicado Steve Sadove, consultor sênior da Mastercard e antigo CEO e presidente da Saks Incorporated.
“Os consumidores norte-americanos transformaram a temporada de compras, redefinindo o conceito de ‘fim de ano em casa’ de uma maneira única em 2020. Eles compraram de casa e para a casa, levando a um crescimento recorde do e-commerce”, disse Sadove.
Enquanto isso, as lojas físicas de departamento e de marcas de vestuário tiveram uma redução nas vendas, com uma queda anual de 10,2% e 19,1%, respectivamente, de acordo com o relatório da Mastercard. Isso ocorreu porque muitas lojas foram massacradas por dívidas e mudanças nos hábitos de compra causadas pela pandemia. Cerca de 30 varejistas e redes de restaurantes foram forçados a pedir falência.
Apesar disso, as ofertas no varejo, incluindo retiradas na calçada e compras online, levaram a um incremento das vendas no comércio eletrônico. As vendas de vestuário aumentaram 15,7%, e as vendas em lojas de departamento, 3,3%, em um momento em que mais consumidores dedicaram sua atenção a compras para o lar. As vendas de móveis aumentaram 6,2%, enquanto os gastos com reformas domésticas aumentaram 14,1%, conforme apurou o relatório. As vendas de eletrônicos e eletrodomésticos também seguiram a mesma linha, aumentando em 6%.
As mudanças nas compras de fim de ano reforçam como o impacto da pandemia nas atividades externas levou os clientes a comprar itens mais adequados para espaços internos, já que têm passado mais tempo dentro de casa.
(Texto traduzido, clique aqui para ler o original em inglês)