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    Vagas em TI aumentam 1,2% na pandemia – e o setor abre 70 mil posições por ano

    Associação do setor defende que, para esse mercado continuar aquecido, é fundamental que as políticas de desoneração da folha de pagamento continuem em curso

    Manuela Tecchio, , do CNN Brasil Business, em São Paulo

    Enquanto o número de empregos no país caiu 2,3% entre janeiro e julho, em comparação com o mesmo período de 2019, as vagas de tecnologia (que incluem serviços de TI, desenvolvimento de software, in house e telecomunicações) aumentaram em 1,18%, ou em 14 mil postos de trabalho. É o que mostrou o levantamento da Brasscom publicado nesta semana.

    Ao todo, o segmento acumula um total de 1,56 milhão de vagas e movimenta R$ 494 milhões por ano, representando 6,8% do PIB brasileiro. Mas ainda enfrenta um problema sério: o déficit de mão de obra qualificada pode chegar a 24 mil funcionários por ano até 2024, ainda conforme as estimativas da associação. 

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    A expectativa é de que o setor precise em média de 70 mil profissionais qualificados a cada ano, sendo o estado de São Paulo sozinho responsável por 42,9% dessa demanda.

    “Estimamos esse déficit profissional com base nas expectativas de investimento em transformação digital. Nesse ano, a perspectiva é de que as empresas invistam R$ 466 bilhões de reais até 2023”, explica Sergio Paulo Gallindo, presidente executivo da Brasscom.

    Mas a associação defende que, para esse mercado continuar aquecido, é fundamental que as políticas de desoneração da folha de pagamento continuem em curso.

    “Essa previsão só se justifica se tivermos a desoneração da folha. Hoje isso é parte de um grande debate nacional, tanto com relação aos vetos presidenciais quanto em relação à própria reforma tributária”, diz Gallindo.

    A Brasscom estima que o setor tem um potencial de contratação de 303 mil novos profissionais até 2026, caso sejam mantidas as propostas de desoneração. Caso isso não aconteça e as empresas voltem a ser oneradas, pelo contrário, o segmento perderia 97 mil postos de trabalho.

    “Se fizermos uma conta, isso significa uma redução de oportunidades para 400 mil profissionais no setor. Isso é muito ruim para o Brasil, porque isso significa um decréscimo geral do PIB”, afirma o presidente.

    “Nosso profissional ganha muito acima da média nacional e agrega valor à economia brasileira, então, a desoneração é fundamental pra mantermos a competitividade laboral do país e continuar crescendo numa vocação muito brasileira, que é a produção de tecnologia”, conclui o presidente.

    Formação dos profissionais

    Na tentativa de reter talentos, empresas passaram a oferecer salários cada vez mais altos, mesmo para os cargos técnicos. Isso fez com que a média salarial do subsetor de softwares e serviços de TI, por exemplo, ficasse 2,8 vezes superior ao salário médio nacional. Um empregado desse ramo ganha em média R$ 5 mil, enquanto o funcionário médio brasileiro, com carteira assinada, recebe R$ 1,8 mil.

    Na avaliação da associação, a grade de ensino do Ministério da Educação (MEC), descolada das necessidades e transformações do mercado, pode ser responsável por boa parte da evasão de estudantes que buscam se especializar na área.

    “As vagas ofertadas não exploram o potencial máximo de formação profissional, uma vez que a qualidade está aquém da desejada, especialmente nas instituições públicas em cursos de grau tecnólogo”, afirma o relatório publicado pela Brasscom. 

    Entre as bandeiras da associação com relação ao processo educativo, está uma maior adaptação e agilidade da rede pública em injetar profissionais qualificados no mercado. 

    “O curso de grau de tecnólogo atende o perfil imediatista das novas gerações com ingresso no mercado de trabalho em um curto espaço de tempo. Neste sentido, a proporção de bacharelado e tecnólogo deve seguir a orientação do ensino privado que parece mais adequada às necessidades socioeconômicas do País”, diz ainda o documento.

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