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    Tembici lança aluguel de bicicletas elétricas por R$ 3,00 – e vão ter 500 no RJ

    A partir de um investimento de R$ 10 milhões, a empresa, que é patrocinada pelo Banco Itaú, colocará à disposição cerca de 500 bikes elétricas na cidade do Rio

    Paula Bezerra, , do CNN Brasil Business, em São Paulo

    Pouco mais de três meses após receber o aporte de R$ 270 milhões, a Tembici, startup de micromobilidade, coloca em prática uma das estratégias mais esperadas pela companhia: oferecer não só o aluguel de bikes comuns, mas, também, o de bicicletas elétricas.

    A partir de um investimento de R$ 10 milhões, a empresa, que é patrocinada pelo Banco Itaú, colocará à disposição cerca de 500 bikes elétricas na cidade do Rio de Janeiro até o final de outubro. Os usuários que quiserem testar a ‘e-bike’, porém, já encontrarão algumas no sábado (26). 

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    “Havia essa demanda e aporte veio para nos ajudar a planejar a expansão de bikes elétricas no país”, diz Tomás Martins, CEO e co-fundador da Tembici. “Nossa expectativa é a de que, no médio e longo prazo, ela poderá substituir o automóvel e tornar a mobilidade mais eficiente. Sabemos que grande parte dos trajetos que as pessoas fazem no dia a dia não passa de 5 km, distância que pode ser facilmente percorrida com esse modal”, afirma. 

    Com velocidade limitada a 25 km/h, a expectativa é a que as bikes façam três vezes mais viagens do que as bicicletas tradicionais. Para alugar, o ciclista terá que desembolsar R$ 3,00 a cada 15 minutos – ou, assinar os planos oferecidos pela companhia, como acontece com a bike convencional. 

    A fase de teste, porém, será gratuita: até o dia 05 de outubro, quem tiver a assinatura da bike Rio e quiser dar uma volta com a bicicleta para conhecer, poderá fazer sem nenhum custo. A partir de outubro, no entanto, com a liberação gradual do uso, os ciclistas passarão a ser cobrados. 

    Mercado de bicicletas elétricas 

    O foco da Tembici em investir em e-bikes não é à toa. Segundo um estudo recente do banco inglês Barclays, na próxima década, 4% do total das milhas percorridas pela população globalmente pode mudar para a micromobilidade, como as bikes elétricas. Isso pode acrescentar cerca de US$ 800 bilhões em receita global para o mercado.

    Ainda, de acordo com o estudo, a mudança de hábito das pessoas para adotar a micromobilidade se dá pela rapidez, custo menor e por ter menos impacto ao meio ambiente. Entre os mercados mais promissores, o Barclays menciona o europeu e o asiático, com possibilidade de aumento em scooters e bikes elétricas.

    O objetivo da Tembici, então, é trazer esse olhar para a América Latina, expandindo, posteriormente, o setor em cidades onde a empresa já atua, como Buenos Aires, Santiago, São Paulo e Porto Alegre. 

    “O aporte que recebemos foi justamente para expandir os projetos e demandas das bicicletas nas cidades, vemos muitas oportunidades e já notamos isso com o período pós-isolamento social”, diz Martins. “Em cidades como Salvador, Recife e Rio de Janeiro já retomamos números simialres ao pré-pandemia, com cerca de 1,5 milhão de viagens por mês”, explica.

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    A mudança de comportamento dos consumidores com a pandemia também pode contribuir. Com o pós-isolamento, os registros de uso da bicicleta apresentaram uma alta significativa, com o modal sendo recomendado seguro nesse momento de flexibilização de quarentena, inclusive, pela OMS. No caso do Rio de Janeiro, por exemplo, a Tembici notou um aumento de 63% em viagens entre abril e agosto – o que ajudou a empresa a recuperar os níveis pré-pandemia.

    “Já contamos com um faturamento adicional no último quarter trazido pelas e-bikes”, diz Martins. “Isso porque, em cidades como Nova York e Barcelona, a utilização das bicicletas elétricas são 3 vezes maior que a da bicicleta convencional. Se isso se torar um hábito, teremos uma mudança significativa para a cidade”, analisa. 

    Dilemas do mercado

    Apesar da expectativa em torno dos avanços da micromobilidade no mundo todo, o setor enfrenta dificuldades ao redor do globo, e muito antes da chegada da pandemia. 

    Na China, onde a ‘onda’ de patinetes e bicicletas explodiu, com o nascimento de diversas empresas de mobilidade, a crise bateu à porta em 2018 e teve como marca a cena de inúmeras bicicletas empilhadas e abandonadas com as empresas falidas. 

    Aqui no Brasil, não seria diferente. A Grow, por exemplo, que já enfrentava dificuldades financeiras antes do coronavírus, anunciou, no dia 2 de junho, a demissão de metade do corpo de funcionários no Brasil. Em nota, a companhia afirmou que foi duramente afetada pela crise – principalmente pelo isolamento social decretado no país. 

    Esse também é o caso da Lime, que deixou sua operação em 12 mercados ao redor do mundo, incluindo o Brasil, em janeiro de 2020 – e com um prejuízo estimado em US$ 300 milhões em 2019.

    A crise exposta pelas companhias escancaram a dificuldade da lucratividade do setor e de como promover um modelo de negócio vantajoso. Além do custo do produto e da manutenção, que é cara, a vida útil dos equipamentos acaba sendo um grande desafio para as companhias – principalmente por ser muito pequena.

    Além disso, o Brasil conta com dois fatores ainda mais difíceis: os impostos sobre os produtos e a variação cambial. No caso do patinete, por exemplo, muitos componentes são importados, tornando o gasto com o projeto ainda maior. 

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