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    Suspeita sobre a China cria problema para implantação do 5G, diz Guedes

    “Por causa dessa suspeição, os países ocidentais estão refletindo sobre os riscos de usar companhias chinesas”, disse Guedes em entrevista à CNN

    Do CNN Brasil Business, em São Paulo

    O ministro da Economia, Paulo Guedes, viu a implantação do 5G no Brasil passar de uma questão exclusivamente econômica para um problema diplomático. Guedes relacionou o futuro do 5G a questões geopolíticas e afirmou que a “suspeição” acerca dos interesses da China pode atrapalhar o andamento da tecnologia no Brasil.

    “Por causa dessa suspeição, os países ocidentais estão refletindo sobre os riscos de usar companhias chinesas”, disse Guedes durante o programa especial “O Brasil Pós-Pandemia: a Retomada”.

    A implantação da tecnologia pode representar uma saia justa para o Brasil, já que no meio da guerra comercial entre China e Estados Unidos, o país norte-americano barrou a Huawei de fazer negócios com suas empresas. A alegação é de que a tecnologia da empresa para redes de dados e a proximidade com o governo chinês representam uma ameaça à segurança nacional nos países que a adotam.

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    Por aqui, as operadoras que participarão dos leilões da frequência 5G estão autorizadas a usar equipamentos da Huawei. A decisão foi divulgada após encontro dos executivos que comandam a operação brasileira da companhia com o presidente Jair Bolsonaro.

    O ministro citou algumas das suspeitas sobre a China: “será que demoraram para comunicar esse problema sério? Será que fecharam uma província, mas continuaram deixando viajar para o exterior? Essa suspeição geopolítica veio num momento ruim, num momento em que nós temos que dar um salto quantitativo e qualitativo no sentido tecnológico”.

    Apesar de possíveis impasses diplomáticos, o caminho será liberar a competição entre as companhias. “Quando chegar o 5G seria interessante deixar a competição funcionar, deixar a Ericson de um lado, a Huawei de outro e deixar chinês brigar com americano para ver quem nos serve melhor”, afirmou Guedes.

    Ele lamentou o momento de desconfiança no cenário internacional: “agora que deveríamos dar um mergulho, vem essa primeira nuvem de suspeita e cria um problema geopolítico numa situação que era exclusivamente econômica”.

    Atritos diplomáticos 

    O ambiente para implantação do 5G ficou ainda mais desconfortável depois de atritos envolvendo políticos brasileiros influentes e a China. Em março, o deputado federal Eduardo Bolsonaro acusou o governo chinês de ocultar a dimensão do problema do novo coronavírus e gerou reações negativas do embaixador chinês.

    Em abril, o então ministro da Educação, Abraham Weintraub, ridicularizou o sotaque dos chineses e insinuou que o país asiático sairia fortalecido da crise mundial causada pela COVID-19. Em resposta, a embaixada da China afirmou que as declarações teriam “influências negativas no desenvolvimento saudável das relações bilaterais China-Brasil”.

    Longe da vanguarda 

    O Brasil vê as conexões de quinta geração ficarem cada vez mais distantes. Em entrevista recente à rádio Jovem Pan, o ministro das Comunicações, Fábio Faria, disse que o leilão da internet 5G no Brasil deve acontecer apenas em 2021. Antes, o leilão estava previsto para o final de 2020.

    Enquanto isso, algumas empresas já estão brigando pela dianteira do negócio. Na semana passada, a Claro anunciou a implantação da tecnologia usando frequências já autorizadas pela Anatel. A empresa de telecomunicações fez uma parceria com a Ericsson, citada por Guedes, para anunciar a primeira rede 5G comercial do País.

    A Ericsson já anunciou investimento de R$ 1 bilhão para ampliar sua fábrica em São José dos Campos (SP) e ajudar no desenvolvimento do 5G no Brasil. A Huawei está autorizada a participar do leilão do 5G sem limitação por parte do Governo Federal.

    O ministro ressaltou a importância da quinta geração de internet móvel para o ambiente de negócios no Brasil: “O 5G é exatamente a fronteira da nova revolução digital. Nós precisamos estar atuais”.

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