Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Site que listava dados pessoais vazados na internet sai do ar por ordem do STF

    Segundo o ministro, mais do que informar aos usuários sobre os dados que estavam sendo vazados, a página estaria “comercializando ilegalmente as informações

    Foto: Christian Wiediger / Unsplash

    Raphael Coraccini, colaboração para o CNN Brasil Business

     

    O site Fui Vazado foi retirado do ar após decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. A página estava sendo usada por usuários da internet para ver quais dados pessoais foram expostos depois do mega vazamento, identificado no dia 18 de janeiro, que expôs informações de 223 milhões de brasileiros.

    Segundo o ministro, mais do que informar aos usuários sobre os dados que estavam sendo vazados, a página estaria “comercializando ilegalmente dados pessoais e de autoridades e dos Ministros da Corte”, aponta o despacho.

     

    O documento impõe ainda que as empresas Google, Yahoo, Ask e Bing, que operam buscadores na internet aberta, “retirem, imediatamente, do sistema de buscas todas as remissões aos referidos sites”. O ministro ainda determinou o bloqueio de qualquer material divulgado pela imprensa relacionado a dados dos ministros do STF e demais autoridades.

    A Polícia Federal não confirma ter, ela própria, retirado o site do ar. “A Polícia Federal não se manifesta sobre investigações em andamento e decisões judiciais”, disse a instituição ao CNN Brasil.

    Deep web

    Além da Fui Vazado, outras três fontes foram apontadas pelo ministro como local onde os dados vazados estão sendo vendidos. A contrário da Fui Vazado, essas fontes não estão na internet aberta, mas na deep web. Duas delas estão localizadas no Raid Forums, local de discussão da deep web, e outra no Protonmail, que é um serviço de e-mail criptografado.

    Emilio Simoni, diretor do dfndr lab, laboratório de cibersegurança da PSafe, empresa que primeiro alertou sobre o mega vazamento, afirma que existe a possiblidade de que outros cibercriminosos estejam colaborando para ampliar a exposição de dados sensíveis dos brasileiros. “As bases de dados estão ficando cada vez maiores. Eles jogam os dados naquela base inicial, que tem o CPF e dados como data de nascimento e gênero, e vai enriquecido essas bases”, afirma o especialista.

    O vazamento 

    Entre os dias 11 e 18 de janeiro, os dados de 223 milhões de brasileiros vivos e mortos foram vazados e passaram a ser comercializados na internet aberta e na deep web. No último dia 3, o ministro Alexandre de Moraes determinou que a Polícia Federal investigasse especificamente o vazamento de informações pessoais do presidente da República, Jair Bolsonaro, e dos ministros do STF.  

    Segundo a PSafe, dados como CPF, endereço, fotos de roto, salário, benefícios do INSS e outras informações estavam sendo disponibilizados na internet aberta e na deep web e poderiam ser usados para fraudes em larga escala, além de extorsões e estelionatos.