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    Setor de serviços interrompe cinco meses de alta, com recuo de 0,6% em setembro

    Mediana das expectativas do mercado apontava para alta de 0,5%; números confirmam um terceiro trimestre ruim para a atividade

    Ligia Tuondo CNN Brasil Business , São Paulo

    Os serviços interromperam cinco meses de alta em setembro, quando registraram recuo de 0,6%, divulgou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira (12). A mediana das expectativas do mercado apontava para alta de 0,5%.

    Com o resultado, o setor ainda fica 3,7% acima do patamar pré-pandemia, em fevereiro do ano passado, mas 8% abaixo do recorde alcançado em novembro de 2014, diz o instituto.

    Na comparação com setembro do ano passado, o volume de serviços avançou 11,4%, sétima taxa positiva consecutiva. No ano, o setor acumula ganho de 11,4% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Já o acumulado em 12 meses, 6,8%, a taxa mais intensa da série histórica, iniciada em dezembro de 2012, diz a pesquisa.

    Resultado confirma 3º trimestre ruim

    Impactado com mais força pelo grupo de transportes e serviços de informação, o setor confirma o movimento de forte desaquecimento da economia no terceiro trimestre.

    Os números do setor vêm numa esteira de resultados mais fracos que o esperado para a atividade em setembro. Nos últimos dias, o IBGE também anunciou queda de 0,4% para a produção industrial e um recuo de 1,3% para o comércio varejista.

    “Já é seguro dizer que a economia parou no trimestre encerrado em setembro”, diz André Perfeito, economista-chefe da Necton, em nota.

    Das 27 unidades da Federação, 20 tiveram queda no setor. O maior impacto veio de São Paulo (-1,6%), seguido por Minas Gerais (-1,3%), Rio Grande do Sul (-1,3%), Pernambuco (-2,2%) e Goiás (-2,2%). Já Rio de Janeiro (2,0%), Distrito Federal (2,9%) e Mato Grosso do Sul (3,6%) tiveram as maiores altas.

    Impactos negativos

    Das cinco atividades monitoradas pela pesquisa, quatro tiveram queda. O maior destaque ficou para os transportes, que recuaram 1,9% de agosto para setembro, a maior taxa negativa desde abril do ano passado, no início da pandemia do coronavírus, quando caiu 19%.

    “O setor foi influenciado pelas quedas no transporte aéreo de passageiros, devido à alta de 28,19% no preço das passagens aéreas, no transporte rodoviário de cargas e também no ferroviário de cargas”, explica o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo, em nota.

    / IBGE

    Além de transportes, outros destaques negativos vieram de outros serviços (-4,7%), informação e comunicação (-0,9%) e serviços profissionais, administrativos e complementares (-1,1%).

    “A queda do setor de serviços se deu de maneira relativamente disseminada”, diz Lobo, para quem a retração acentuada no mês é explicada pela base alta de comparação.

    O especialista explica que a queda da taxa de juros — que chegou à mínima histórica no ano passado — fez com que as pessoas buscassem outras formas de investimento, para os quais intermediários financeiros são demandados.

    “Então esses serviços tiveram crescimento de receita bastante expressivo nos últimos anos. A queda desse segmento em setembro se deve a essa base de comparação alta”, diz.

    Impacto positivo de serviços a famílias

    Com avanço de 1,3%, o setor de serviços prestados às famílias foi o único a avançar de agosto a setembro, quando teve a sexta taxa positiva consecutiva.

    Apesar do avanço, vale dizer que o setor ainda está 16,2% abaixo do patamar pré-pandemia.

    O IBGE lembra que esse setor foi o que mais sofreu com o distanciamento social e à consequente queda drástica da circulação de pessoas nas ruas.

    “Esses serviços têm mostrado algum tipo de fôlego, de crescimento. Com o avanço da vacinação e a flexibilização das atividades econômicas, as pessoas voltam a consumir com maior intensidade serviços de alojamento e alimentação”, diz Lobo.

     

     

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