Serviços crescem 0,5% em agosto e atingem maior patamar para o mês desde 2015
Resultado foi positivo pelo quinto mês seguido; evolução mensal ficou em linha com o esperado pelo mercado
Os serviços cresceram 0,5% de julho para agosto, quinta alta mensal seguida, divulgou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quinta-feira (14).
O resultado do mês coloca o setor — que representa cerca de 70% do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil –, no patamar mais elevado desde novembro de 2015 e 4,6% acima do patamar pré-pandemia.
Normalmente resiliente em momentos de crise, o setor de serviços teve um duro baque com o fechamento de bares, restaurantes e salões de beleza em momentos mais agudos da crise sanitária, mas vem mostrando recuperação graças ao avanço da vacinação contra a Covid-19.
No ano, o setor registra alta de 11,5% ante o mesmo período de 2020. Em 12 meses até agosto, o avanço é de 5,1%, o mais intenso da série iniciada em dezembro de 2012. Essa evolução é significativa em relação à taxa de 2,9% registrada em julho.
A evolução mensal ficou em linha com o esperado pelo mercado. Na comparação anual, o avanço também veio dentro das previsões, com alta de 16,7%, sexta taxa positiva consecutiva.
Apesar do avanço, o setor ainda está 7,1% abaixo do recorde alcançado em novembro de 2014, destaca o instituto.
“Desde junho do ano passado, o setor acumula 14 taxas positivas e somente uma negativa, registrada em março, quando algumas atividades consideradas não essenciais foram fechadas por determinação de governos locais em meio ao avanço da segunda onda do coronavírus”, explica o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo, em comunicado.
Quatro das cinco atividades pesquisadas tiveram resultados positivos no mês, com destaque para serviços de informação e comunicação (1,2%) e transportes (1,1%).
No caso desse primeiro grupo, o segmento foi impulsionado pelos serviços de desenvolvimento e licenciamento de softwares, portais e provedores de conteúdo e ferramentas de buscas na internet, além de edição integrada e impressão de livro, diz o IBGE.
Já transportes tiveram influência do setor aéreo, onde a procura por viagens aumentou com a vacinação. “Destaco ainda a parte de logística de cargas”, detalha Lobo.
Um dos mais impactados pela pandemia, o segmento de serviços prestados às famílias avançaram 4,1% em agosto, na quinta taxa positiva desde abril. Nesse período, o segmento acumula alta de 50,5%.
“Esse avanço vem, novamente, do segmento de alojamento e alimentação, como os hotéis e restaurantes. Mesmo com o avanço em agosto, serviços prestados às famílias operam 17,4% abaixo do patamar de fevereiro de 2020”, diz o IBGE.
Já os serviços profissionais, administrativos e complementares recuaram 0,4% em agosto, depois de três taxas positivas consecutivas, quando acumularam ganho de 4,1%. “Com esse resultado negativo, o setor voltou a ficar 0,2% abaixo do patamar pré-pandemia, se juntando aos serviços prestados às famílias”, diz o IBGE.
Em agosto, 16 das 27 unidades da federação tiveram crescimento no volume de serviços, na comparação com o mês anterior. Entre os locais com taxas positivas, o impacto mais importante veio de São Paulo (0,5%), seguido por Rio Grande do Sul (4,2%), Paraná (1,0%) e Bahia (1,7%). Já Mato Grosso (-3,6%), Distrito Federal (-2,0%) e Rio de Janeiro (-0,4%) registraram as principais retrações no período.