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    ‘Sem tecnologia não sairemos rápido da crise’, diz presidente da Schneider

    Números do fim de março indicam que 2º trimestre será duro para empresa no Brasil, mas Rafael Segrera vê oportunidades no longo prazo

    Luísa Melo, , do CNN Brasil Business, em São Paulo

    Os números do fim de março indicam que o segundo trimestre será difícil para a empresa do setor elétrico Schneider no Brasil. Apesar disso, a empresa vê oportunidades de crescer no país no longo prazo porque acredita que outros negócios vão precisar de tecnologias que ela fornece para saírem da crise. 

    “[Com a pandemia], as empresas vão precisar de mais segurança para seus operários e de mais produtividade, porque terão que reduzir custos. Nós temos sistemas para isso”, disse o presidente do grupo para a América do Sul, Rafael Segrera, em entrevista ao CNN Brasil Business. “A tecnologia vai ser fundamental. Sem ela não vamos sair rapidamente da crise”, completou. 

    Além de fabricar componentes de infraestrutura para a indústria, especialmente do setor elétrico, de mineração e de óleo gás, a Schneider Electric também fornece soluções de tecnologia da informação (TI) e processamento de dados, além de softwares de automação e gerenciamento.

    Nas palavras de Segrera, é uma companhia especializada na transformação digital e na gestão de energia. No Brasil, assim como no mundo, cerca de 45% das atividades da firma estão ligadas à internet das coisas, de acordo com o executivo. 

    Mas ainda que boa parte dos produtos e serviços sejam voltados a segmentos essenciais como hospitais, energia e saneamento, que não foram interrompidos por conta do coronavírus, as vendas vendas globais da Schneider diminuíram no primeiro trimestre.

    O recuo foi de 6,4% comparado com igual período de 2019, para € 5,8 bilhões. As receitas caíram tanto na área de gestão de energia (que representou 75% do negócio no período) quanto na de automação industrial. Segundo a empresa, o resultado global foi fortemente pressionado pela China, onde o vírus chegou antes. 

    O grupo não divulga os números exatos para a América do Sul, mas reportou “forte crescimento” nas vendas da região no trimestre, destacando as operações do Brasil (especialmente na área de automação industrial), do Chile e do Peru. A alta, segundo Segrera, foi de mais de dois dígitos. 

    De abril a junho, porém, esse cenário deve se inverter. Dados do fim de março mostram que a China dava sinais de recuperação, enquanto as vendas nas demais regiões começavam a cair. “Todo este segundo trimestre vai ser muito difícil”, diz o executivo.

    Centro de distribuição da Schneider Electric em Cajamar, São Paulo
    Centros de distribuiçãos e fábricas da Scnhneider no Brasil não pararam durante a pandemia
    Foto: Divulgação

    Experiência importada da China

    De acordo com Segrera, o fato de estar presente em mais de 100 países (empregando cerca de 137 mil pessoas) e de ter uma operação grande na China, seu segundo maior mercado, ajudou a Schneider a se preparar para a chegada da pandemia na América do Sul. 

    “Tivemos a sorte de aprender muito rápido com nossos colegas como nos adaptarmos para essa crise”, afirmou. Segundo o executivo, como a empresa já tinha uma estrutura digital que permite o home office, a continuação do trabalho administrativo fora do escritório foi imediata. “Temos uma política bastante flexível, então havia certa experiência, foi muito rápido”.

    Já as equipes das fábricas e centros de distribuição receberam materiais de proteção porque precisam estar alocadas e não podem parar, afirma. A planta de Guararema, em São Paulo, produziu em abril cerca de 30 mil máscaras que foram doadas a hospitais.

    “A saúde de todos vem em primeiro lugar, e por isso seguimos todas as normas dos países onde estamos. Em segundo, vem a continuidade do nosso serviço para que lugares críticos possam continuar operando.”

    A Schneider tem cerca de 2 mil funcionários no Brasil, distribuídos entre escritório, quatro fábricas e dois centros de distribuição.

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    Segrera afirma que, apesar de ter cortado custos, a Schneider manteve a relação comercial e o treinamento de clientes à distância. “Muitos de nossos parceiros são pequenos e médios e precisam da nossa ajuda para passar por essa crise.”

    Já outro projeto de marketing, o Innovation Summit, precisou ser adiado por tempo indeterminado. O evento reuniria mais de 3 mil clientes da companhia na América do Sul para apresentar novas tecnologias.

    Diante da incerteza, a Schneider suspendeu as projeções globais para o ano. E, para o Brasil e para a América do Sul, Segrera também não arrisca fazer previsões.”Seria um pouco especulativo dizer quando vamos sair [da pandemia], mas temos confiança de que ao final deste ano tudo deve começar a voltar como estava antes da crise.”

    Brasil está no caminho para cidades inteligentes

    Uma das atuações da Schnider é no ramo de equipamentos e sistemas para a construção de “cidades inteligentes”, ou seja, que têm infraestruturas como as de tratamento de água, transportes e energia automatizadas e conectadas entre si.

    Segrera diz que “ainda há muito o que se fazer” para que as principais metrópoles da América do Sul sejam consideradas inteligentes, mas considera que o Brasil está “em um bom caminho”. 

    Ele cita dois projetos nesse sentido: um trabalho que a Schneider está fazendo junto à CPFL para interconectar todo o sistema de gestão da distribuidora de energia até 2023, e também um complexo automatizado de tratamento de água da Aquapolo. 

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