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    Segunda maior deflação da história do real pressiona juros; bancos esperam corte

    O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) saiu de uma deflação de 0,31% em abril para uma queda de 0,38% em maio

    DF - BANCO/CENTRAL - ECONOMIA - Movimentação de pessoas em edifício sede do Banco Central em Brasília na manhã desta segunda-feira (16). É esperada nova reunião no banco em seguida às decisões do FED de cortar os juros americanos no domingo. 16/03/2020 -
    DF - BANCO/CENTRAL - ECONOMIA - Movimentação de pessoas em edifício sede do Banco Central em Brasília na manhã desta segunda-feira (16). É esperada nova reunião no banco em seguida às decisões do FED de cortar os juros americanos no domingo. 16/03/2020 - Foto: Bruno Rocha/Fotoarena/Estadão Conteúdo

    Do Estadão Conteúdo

    Em meio à pandemia do novo coronavírus, os preços da economia voltaram a recuar pelo segundo mês consecutivo. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) saiu de uma deflação de 0,31% em abril para uma queda de 0,38% em maio, o menor resultado em mais de duas décadas, informou o IBGE.

    “Essa é a segunda maior deflação do Plano Real”, ressaltou Pedro Kislanov, gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços do IBGE. Com um cenário inflacionário tão comportado, o Itaú Unibanco espera que o Banco Central (BC) corte em 0,75 ponto porcentual a taxa básica de juros, a Selic, na reunião de junho, para 2,25% ao ano até o fim de 2020.

    “A inflação não é um risco para a política monetária, olhando esse cenário benigno para 2020 e a propagação para 2021”, resumiu a economista Julia Passabom, do Itaú Unibanco.

    A queda nos preços dos combustíveis e das passagens aéreas puxou a deflação em maio, mas as famílias também gastaram menos com habitação, vestuário, saúde e despesas pessoais. Os alimentos subiram menos, embora os preços ainda persistam em patamar elevado. Cenoura e frutas ficaram mais baratas, enquanto cebola, batata-inglesa, feijão carioca e carnes pesaram mais no orçamento. “O nível de preços continua alto, e ficou um pouquinho mais alto. Essa demanda elevada também ajuda a segurar os preços lá em cima”, lembrou Pedro Kislanov, gerente do IPCA do IBGE.

    A taxa acumulada pelo IPCA em 12 meses desacelerou de 2,40% em abril para 1,88% em maio, ante uma meta de 4% perseguida pelo BC ao fim deste ano. O resultado de maio foi o mais baixo desde janeiro de 1999, quando a taxa em 12 meses estava em 1,65%.

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    “De uma maneira geral, a deflação em maio e abril mostrou a pressão da recessão causada pelas medidas de distanciamento social nos preços de serviços e produtos. Mas, como parece que abril foi o fundo do poço para a atividade, já trabalhamos com expectativa de uma taxa positiva em junho (no IPCA do mês)”, afirmou o economista sênior do Banco MUFG Brasil, Carlos Pedroso.

    Para Kislanov, os últimos reajustes dos combustíveis nas refinarias e a flexibilização das medidas de isolamento social podem pressionar a inflação em junho. “Em relação ao isolamento social, a gente tem de aguardar para ver, pode ser que haja maior movimentação na economia e que possa se refletir nos preços de serviços”, disse.

    De janeiro a maio, os combustíveis contribuíram para conter o IPCA. A gasolina acumulou uma queda de preços de 14,64% nos cinco primeiros meses do ano de 2020. O etanol recuou 18,14% no período, enquanto o óleo diesel diminuiu 14,43%.

    O economista Vitor Vidal, da corretora XP Investimentos, acredita que a alta dos preços de petróleo puxada pela retomada econômica no mundo, e, em consequência da gasolina, é o maior risco de pressão sobre a inflação neste ano. No entanto, ele avalia que essa recuperação da economia ainda deve ser lenta, mantendo os preços em níveis bastante baixos.

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