Secretário do Tesouro defende Bolsa Família dentro do teto de gastos
Bruno Funchal disse à CNN que a equipe econômica vem alertando os parlamentares sobre as consequências que a medida pode causar
Em reação à proposta de lideranças do Senado de retirar o Bolsa Família do teto de gastos na PEC Emergencial, o Secretário do Tesouro Nacional, Bruno Funchal, disse à CNN que a equipe econômica vem alertando os parlamentares sobre as consequências que a medida pode causar.
“Nós estamos alertando que as consequências são ruins, e [a exclusão] vai na contramão do objetivo da PEC, que é fornecer o auxilio emergencial, mas trazendo previsibilidade fiscal”, disse o secretário.
Na semana passada, em entrevista à CNN, ele criticou a proposta de fatiar a PEC Emergencial e aprovar apenas a liberação dos gastos para o pagamento do auxílio emergencial, sem as contrapartidas. “Teria um efeito perverso”, disse, no dia 25 de fevereiro.
O Bolsa Família tem custo anual de R$ 32 bilhões e está entre as despesas que ficam dentro do teto de gastos. Abrir esta exceção, além da despesa extraordinária para pagar o auxilio emergencial, pode aumentar ainda mais a percepção de risco sobre o Brasil.
“Nosso papel é alertar sobre estes riscos. De toda forma, acreditamos que o Congresso vai fazer a coisa certa”, afirmou à coluna.
O novo relatório da PEC Emergencial deve ser apresentado nesta terça-feira (2) e a sinalização mais aguardada é sobre as compensações para os novos gastos. Uma das mais importantes para a equipe econômica, como ministro Paulo Guedes já disse, é garantir que não haja reajuste dos salários dos servidores públicos nos próximos anos.
O receio de que as contrapartidas não sejam aprovadas ao mesmo tempo na nova PEC foi uma das motivações para alta da moeda americana no mercado financeiro. O dólar chegou a R$ 5,72 no meio do dia e, depois de uma nova intervenção do Banco Central, recuou para cerca de R$ 5,70.