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    Secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen diz que errou ao subestimar inflação

    Em entrevista à CNN, Yellen afirmou que não conseguiu prever no ano passado por quanto tempo a inflação continuaria a persistir nos Estados Unidos

    Kevin LiptakPaul LeBlancda CNN

    em Washington

    A secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, admitiu na terça-feira (31) que não conseguiu prever por quanto tempo a inflação continuaria a atormentar os consumidores americanos, enquanto o governo Biden trabalha para conter a alta dos preços em meio a pressões políticas.

    “Acho que estava errada sobre o caminho que a inflação tomaria”, disse Yellen a Wolf Blitzer, da CNN, em “The Situation Room”, quando questionada sobre seus comentários de 2021 de que a inflação representava apenas um “pequeno risco”.

    A admissão foi a mais recente indicação de que as expectativas do governo de uma economia normalizada foram arruinadas pela continuação da pandemia e pela guerra na Europa.

    “Como mencionei, houve choques imprevistos e grandes na economia que impulsionaram os preços de energia, alimentos e gargalos de fornecimento que afetaram gravemente nossa economia que eu não compreendia completamente na época, mas reconhecemos isso agora”, disse ela.

    Yellen e outros funcionários da Casa Branca haviam destacado a inflação como um efeito colateral temporário da economia voltando ao normal após a pandemia, apontando para problemas nas cadeias de suprimentos e demanda superando a oferta.

    No entanto, meses depois, a inflação está em sua maior alta após quase quatro décadas.

    Indicadores econômicos recentes aumentaram o otimismo de que a inflação pode ter atingido o pico de 40 anos em março, embora os economistas alertem que pode levar um tempo considerável até que a economia retorne a níveis saudáveis.

    Em resposta, a Casa Branca está se esforçando para sinalizar que mantém o foco em controlar a inflação e reestabelecer a economia americana.

    Esse esforço pode ser observado na segunda-feira (30), com um editorial do presidente Joe Biden publicado no The Wall Street Journal. Além disso, ontem houve uma reunião no Salão Oval entre Biden, o presidente do Federal Reserve Jerome Powell e Yellen.

    A secretário do Tesouro disse que Biden havia indicado na reunião que “compartilha a prioridade do Fed em reduzir a inflação e que acredita fortemente em seu apoio à independência da entidade para tomar as medidas necessárias”.

    Um porta-voz do Tesouro disse à CNN em comunicado que os comentários de Yellen estavam no contexto de certos eventos imprevistos que acabaram atingindo a economia.

    “A secretária estava apontando que houve choques na economia que exacerbaram as pressões inflacionárias que não poderiam ter sido previstas 18 meses atrás, incluindo a decisão da Rússia de invadir a Ucrânia, várias variantes sucessivas do Covid e lockdowns na China”, disse.

    “Como ela também observou, houve um crescimento histórico e criação recorde de empregos e nosso objetivo agora é fazer a transição para um crescimento estável à medida que a inflação desacelera”.

    O Fed, liderado por Powell, foi criticado por ser lento em lidar com a alta inflação, encerrando o apoio emergencial à economia e iniciando aumentos das taxas de juros.

    No entanto, o banco central americano prometeu aumentar rapidamente os juros e, no início deste mês, aumentou as taxas em meio ponto percentual pela primeira vez desde 2000.

    O banco central dos EUA sinalizou mais aumentos agressivos nas taxas nos próximos meses.

    Além de Yellen, vários outros assessores econômicos inundaram as ondas de notícias a cabo na esperança de transmitir a mensagem de que Biden está dedicado a reduzir os preços da gasolina, alimentos e moradia, enquanto a atual situação econômica tem levado a uma queda em seus índices de aprovação.

    O presidente, disse Yellen na terça-feira, sabe “que peso importante e enorme a inflação está colocando sobre as famílias americanas”.

    MJ Lee e Matt Egan, da CNN, contribuíram para esta reportagem

    Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

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