Satélites abrem disputa entre Musk e Bezos — os dois homens mais ricos do mundo
SpaceX e Amazon - empresas de Elon Musk e Jeff Bezos, os dois homens mais ricos do mundo - trocam acusações por disputa no mercado de satélites de internet
A SpaceX e a Amazon – empresas dirigidas pelos dois homens mais ricos do mundo – travam agora uma acirrada disputa por seus negócios de satélites de internet, com a SpaceX acusando a Amazon de “competição sufocante” e a Amazon acusando a SpaceX de tentar “sufocar a competição no berço.”
Elon Musk , o CEO da SpaceX, tem um patrimônio líquido estimado em US$ 209 bilhões, enquanto a fortuna de Jeff Bezos , CEO da Amazon, gira em torno de US$ 192 bilhões (em comparação, mesmo o valor mais baixo é superior ao produto interno bruto anual de mais da metade dos países do mundo em 2020, de acordo com o Fundo Monetário Internacional).
No centro da dusputa está uma tentativa recente da SpaceX de modificar a licença do Starlink, uma enorme rede de satélites da Internet, com mais de 900 já lançados.
A SpaceX já tem permissão do governo federal dos EUA para lançar milhares de satélites para aumentar a rede Starlink. Agora, a empresa diz que deseja colocar alguns milhares desses satélites em uma altitude menor do que o planejado ou autorizado anteriormente.
Essa mudança proposta poderia colocar os satélites Starlink no caminho de outra rede, chamada Projeto Kuiper, que foi proposta pela Amazon. A empresa ainda não lançou nenhum satélite, mas garantiu uma licença para o projeto.
Os planos atuais da Amazon incluem colocar alguns de seus satélites em órbita a cerca de 590 km acima da superfície da Terra. As mudanças de licença pedidas pela SpaceX permitiriam à empresa orbitar cerca de 3.000 de seus satélites a uma altitude entre 540 e 570 km, o que a Amazon afirma estar perto demais de seu território.
A empresa argumentou em sua objeção que os satélites Starlink nessa altitude poderiam causar mais interferências de sinal com os satélites do Projeto Kuiper e outras redes próximas.
Mas a SpaceX afastou essas preocupações. O diretor de política de satélites da companhia David Goldman, disse em uma carta de 22 de janeiro à Comissão Federal de Comunicações dos EUA (FCC, na sigla em inglês) que seu concorrente só chegou a essas conclusões “escolhendo os dados” e “ignorando a maioria das modificações” que a SpaceX propôs.
O próprio Musk comentou em um tuíte na terça-feira, dizendo: “não é útil para o público prejudicar a Starlink hoje em dia para um sistema de satélite da Amazon que está, na melhor das hipóteses, a vários anos de operação.”
A Amazon respondeu em um comunicado: “os fatos são simples. Projetamos o Sistema Kuiper para evitar interferência com o Starlink, e agora a SpaceX quer mudar o design de seu sistema”, disse a companhia.
“Essas mudanças não apenas criam um ambiente mais perigoso para colisões no espaço, mas também aumentam a interferência de rádio para os clientes”, expõe o comunicado. “Apesar do que a SpaceX posta no Twitter, são as mudanças propostas pela SpaceX que restringem a competição entre os sistemas de satélite. É claramente do interesse da SpaceX sufocar a competição no berço, se possível, mas certamente não é do interesse do público.”