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    Rússia vai aumentar fornecimento de gás para Europa, diz Putin

    Segundo Putin, o país está pronto para estabilizar o mercado em meio à alta nos preços

    Reuters*

    A Rússia está aumentando o fornecimento de gás para a Europa, inclusive via Ucrânia, em resposta à crise energética que atinge o continente, disse o presidente russo Vladimir Putin, nesta quarta-feira (6).

    Ele complementou que o país está pronto para estabilizar o mercado em meio à alta nos preços.

    Como resultado, as vendas de gás russo para a Europa podem bater um novo recorde este ano, disse ele, e o trânsito via Ucrânia deve exceder os volumes acordados no contrato da Gazprom com Kiev.

    Em 2020, segundo a Statista, a Rússia exportou US$ 25,3 bilhões em gás natural para outros países no mundo todo — uma redução de aproximadamente 39% comparado ao ano anterior quando o país exportou US$ 41,63 bilhões. O pico de exportações aconteceu em 2008, com um total de US$ 69,11 bilhões em gás natural exportado.

    A crise europeia

    Na Europa, os preços do gás natural dispararam, gerando um risco de escassez em meio à proximidade do inverno no continente, onde o gás também é usado para abastecer os sistemas de aquecimento.

    Por lá, o vilão é exatamente o gás natural. Componente importante das matrizes energéticas no continente, além de ser a fonte de aquecimento de residências, o preço da commodity disparou nos últimos meses.

    O motivo é a retomada da economia com o avanço da vacinação contra a Covid-19. Conforme os negócios reabrem e as pessoas saem mais de casa, aumenta a demanda por energia, incluindo das indústrias, que passaram a produzir mais.

    Aqui vale a lei tradicional do mercado: se há mais demanda, e a oferta não se altera, os preços sobem. Tendo que pagar mais pelo gás, as altas acabam se refletindo nas contas de luz, que devem subir pelo continente.

    De acordo com o Independent Commodity Intelligence Services, entre o início de agosto e o meio de setembro o gás ficou 119% mais caro na Alemanha. Na França, o aumento foi de 149%.

    O cenário europeu piorou ainda mais já que a produção de energia no continente via fontes eólicas ficou abaixo do esperado, em especial na região do Mar do Norte, o que demanda uma complementação, via gás natural.

    A situação ainda deve piorar nos próximos meses, com a chegada do inverno. As baixas temperaturas aumentarão a demanda por gás natural para uso em sistemas de aquecimento.

    A crise vai além da União Europeia.

    O Reino Unido também tem enfrentado uma alta nos preços do gás natural, refletindo aumento nas contas de luz. O país acabou sendo prejudicado pelo Brexit, já que também saiu do mercado comum europeu, em que os preços do gás são menores.

    Para completar, o Reino Unido também enfrenta dificuldade em distribuir combustíveis, com falta de motoristas de caminhão. Diversos postos viram suas bombas secaram, e o governo precisou usar o exército para garantir a distribuição.

    E onde entra a Rússia?

    O país liderado por Putin, por sua vez, segura seu estoque de gás natural.

    A Rússia tem controlado a oferta, sinalizando mais pressões sobre os preços dos consumidores europeus que se aproximam da estação de aquecimento no inverno.

    O fornecimento de gás russo através do gasoduto Yamal-Europa caiu quase 77% na sexta-feira (1º) em relação à quinta-feira (30), de acordo com dados da operadora de rede Gascade, já que a Gazprom controlada pelo Kremlin reservou apenas um terço de sua capacidade disponível para outubro.

    *Com informações de João Pedro Malar e Tamires Vitorio, do CNN Brasil Business

     

     

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