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    Rússia tenta impedir fuga de empresas ocidentais

    Grandes fundos de investimento globais estão se juntando a empresas na tentativa de despejar ativos russos

    Mark ThompsonVasco Cotoviodo CNN Business , Londres e Moscou

    O presidente russo, Vladimir Putin, está tentando conter o fluxo de empresas ocidentais fugindo do país após sua decisão de travar guerra contra a Ucrânia.

    Os controles de capital projetados para impedir o êxodo foram anunciados pelo primeiro-ministro russo, Mikhail Mishustin, segundo informaram as agências de notícias estatais TASS e RIA na terça-feira (1º). As empresas ocidentais estavam tomando decisões por causa da “pressão política”, ele contou, e seriam impedidas de vender ativos russos até que a pressão diminua.

    “Para ajudar as empresas a tomar decisões embasadas, um projeto de decreto presidencial foi preparado com restrições temporárias à saída de ativos russos”, afirmou Mishustin. “Esperamos que aqueles que investiram em nosso país possam continuar trabalhando aqui”.

    A gigante do petróleo BP (BP) é uma das empresas mais proeminentes a abandonar a Rússia desde que suas tropas invadiram a Ucrânia na semana passada. A empresa disse no domingo que planeja retirar sua participação de 19,75% na maior petrolífera da Rússia, a Rosneft, e suas joint ventures – o que representa um dos maiores investimentos estrangeiros na Rússia.

    Outros seguiram o exemplo, incluindo a Shell (RDSA) e a Equinor da Noruega.

    A francesa TotalEnergies disse na terça-feira (1º) que não forneceria novo capital para projetos russos e estava avaliando o impacto das sanções ocidentais oscilantes em seus investimentos existentes no país.

    Grandes fundos de investimento globais estão se juntando a empresas na tentativa de despejar ativos russos. O fundo soberano de US$ 1,3 trilhão (cerca de R$ 6,7 trilhões) da Noruega venderá ações de 47 empresas russas, bem como títulos do governo russo, disse o primeiro-ministro norueguês no domingo.

    A Rússia tem lutado para evitar o colapso financeiro desde que os Estados Unidos, a União Europeia e outros aliados ocidentais impuseram sanções a grande parte do sistema bancário do país, incluindo o congelamento de centenas de bilhões de dólares em reservas estrangeiras que Moscou vinha estocando há anos para proteger a economia da Rússia. Analistas dizem que as medidas podem levar a uma crise bancária.

    O rublo caiu cerca de 25% na segunda-feira e agora vale cerca de um centavo de dólar. A moeda perdeu cerca de metade do seu valor desde que a Rússia invadiu a Ucrânia pela primeira vez em 2014, anexando a Crimeia e desencadeando sanções muito mais limitadas. O mercado de ações da Rússia não abriu para negociação esta semana, mas as ações de empresas russas listadas no exterior caíram.

    Autoridades russas já tomaram medidas de emergência para tentar estabilizar o sistema financeiro. O banco central mais que dobrou as taxas de juros para 20% e proibiu temporariamente os corretores russos de vender títulos detidos por estrangeiros. O governo ordenou que os exportadores troquem 80% de suas receitas em moeda estrangeira por rublos e proibiu os residentes russos de fazer transferências bancárias fora da Rússia.

    “Tenho certeza de que a pressão das sanções irá diminuir e aqueles que não levarem em consideração os slogans de políticos estrangeiros e não restringirem seus projetos em nosso país, vencerão”, disse Mishustin.

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