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    Rússia diz que economia está sofrendo “sérios golpes”, mas há margem de segurança

    Presidente do BC russo admite que economia enfrenta situação extrema, enquanto o crescente isolamento do país aumenta ainda mais a pressão sobre seu sistema financeiro

    Mark Thompsondo CNN Business

    A economia russa está sofrendo “sérios golpes”, reconheceu o Kremlin na quarta-feira, enquanto o crescente isolamento do país aumenta ainda mais a pressão sobre seu sistema financeiro cambaleante.

    Apple, ExxonMobil, Ford, Boeing e Airbus se juntaram a uma lista de empresas que fecharam ou suspenderam suas operações na Rússia em resposta à invasão da Ucrânia, e o braço europeu do maior banco da Rússia entrou em colapso após uma corrida em seus depósitos. O rublo enfraqueceu novamente para ser negociado a US$ 112.

    “A economia da Rússia está passando por sérios golpes”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, em conversa com jornalistas estrangeiros. “Mas há uma certa margem de segurança, há potencial, há alguns planos, o trabalho está em andamento.”

    Peskov estava respondendo a uma pergunta sobre a observação do presidente dos EUA, Joe Biden, em seu discurso sobre o Estado da União, de que a economia russa havia sido deixada “se recuperando” das sanções ocidentais.

    O Sberbank (SBRCY), o maior credor da Rússia, disse nesta quarta-feira (2) que está deixando a Europa, com exceção da Suíça, depois que os reguladores bancários na Áustria forçaram o fechamento de sua subsidiária da UE com sede em Viena.

    O Banco Central Europeu havia alertado no início desta semana que o Sberbank Europa provavelmente iria falir depois que os depositantes correram para retirar seu dinheiro após a imposição de sanções ocidentais ao credor e grande parte do sistema financeiro da Rússia.

    O Sberbank disse que suas subsidiárias enfrentaram “uma saída excepcional de fundos e várias preocupações de segurança em relação a seus funcionários e escritórios”, disse o grupo em comunicado, acrescentando que foi impedido de socorrê-los por uma ordem do banco central russo.

    As sanções bancárias fazem parte de um pacote mais amplo de medidas tomadas pelo Ocidente, sem precedentes em escala contra uma economia de importância da Rússia, com o objetivo de cortar o financiamento do esforço de guerra do presidente russo, Vladimir Putin. A França estima que US$ 1 trilhão em ativos russos foram congelados, incluindo cerca de metade das reservas de guerra do governo russo.

    Moscou respondeu com uma série de medidas de emergência destinadas a evitar o colapso financeiro, interromper o fluxo de dinheiro para fora do país e preservar suas reservas em moeda estrangeira. O banco central mais que dobrou as taxas de juros para 20% e proibiu os corretores russos de vender títulos detidos por estrangeiros.

    O mercado de ações russo foi fechado na segunda-feira e não reabriu desde então. O banco central disse que permaneceria fechado na quarta-feira. O governo ordenou que os exportadores troquem 80% de suas receitas em moeda estrangeira por rublos e proibiu os residentes russos de fazer transferências bancárias para fora do país.

    Na terça-feira, o governo disse que Putin estava trabalhando em um decreto que impediria que empresas estrangeiras saíssem de seus ativos russos – uma tentativa de evitar um êxodo que ganhou ritmo nesta semana. Putin também assinou um decreto proibindo as pessoas de receber mais de US$ 10.000 ou equivalente em moeda estrangeira do país, informaram as agências de notícias estatais TASS e RIA.

    “As condições no sistema financeiro russo e na economia em geral provavelmente se deteriorarão ainda mais nos próximos dias e semanas, à medida que as sanções já anunciadas cobram seu preço e sanções futuras se somam ao choque negativo sustentado”, escreveu o economista sênior do Berenberg, Kallum Pickering, em uma nota de pesquisa.

    “No futuro próximo, a Rússia permanecerá isolada do mundo ocidental e dos principais mercados globais.”

    Petrolíferas lideram êxodo corporativo

    As riquezas energéticas da Rússia não foram diretamente alvo de sanções ocidentais, mas muitas das maiores empresas petrolíferas do mundo estão deixando o país ou interrompendo novos investimentos em projetos para explorar e desenvolver campos.

    Moscou também está achando mais difícil vender embarques de petróleo bruto russo para traders e refinarias preocupados em serem pegos na rede de sanções financeiras. Os operadores de navios-tanque também estão cautelosos com o risco para os navios no Mar Negro.

    A ExxonMobil disse na terça-feira que estava desistindo de seu último projeto no país, o Sakhalin-1 – que foi anunciado como “um dos maiores investimentos diretos internacionais na Rússia”. Uma subsidiária da Exxon foi a operadora do projeto, e a decisão da empresa de se afastar encerrará sua presença de mais de 25 anos na Rússia.

    BP (BP), Shell (RDSA) e a norueguesa Equinor disseram esta semana que pretendem sair de seus negócios russos com um provável impacto de bilhões de dólares em seus balanços. A TotalEnergies da França (TOT) interrompeu novos investimentos.

    A Apple, a empresa mais valiosa do mundo, anunciou na terça-feira que parou de vender todos os seus produtos na Rússia devido à invasão da Ucrânia. A Apple também disse que passou a limitar o acesso a serviços digitais, como o Apple Pay, dentro da Rússia, e restringiu a disponibilidade de aplicativos de mídia estatal russos fora do país.

    A Ford disse na terça-feira que está suspendendo suas operações na Rússia, com efeito imediato. A montadora tem uma participação de 50% na Ford Sollers, uma joint venture com a empresa russa Sollers.

    A Boeing está suspendendo o suporte às companhias aéreas russas. Um porta-voz da empresa disse na terça-feira que a Boeing estava pausando “serviços de peças, manutenção e suporte técnico para companhias aéreas russas” e também “suspendeu grandes operações em Moscou e fechou temporariamente nosso escritório em Kiev”.

    A Airbus também disse que estava suspendendo os serviços de suporte e o fornecimento de peças de reposição para as companhias aéreas russas.

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