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    Rival da Tesla: carro movido a hidrogênio poderá rodar 1.600 km com um tanque

    Montadora Hyperion terá modelo elétrico que usa o hidrogênio para gerar energia, em vez baterias como meio de armazenamento

    Peter Valdes-Dapena, , do CNN Business

    A Hyperion, uma montadora sediada na Califórnia, revelou seu supercarro movido a hidrogênio. Com ele, espera mudar a forma como as pessoas encaram a tecnologia de células de combustível de hidrogênio.

    O modelo XP-1 será capaz de rodar até 1.600 quilômetros com um tanque de hidrogênio comprimido, e seus motores elétricos poderão gerar mais de 1.000 cavalos de potência, de acordo com a empresa. Com tração nas quatro rodas, o carro pode atingir 100 km/h em pouco mais de dois segundos.

    Carros com células de combustível de hidrogênio são veículos elétricos que usam o hidrogênio para gerar energia, em vez de baterias como meio de armazenamento. O XP-1 não queima hidrogênio. Suas células de combustível combinam o hidrogênio com o oxigênio do ar em um processo que gera água, a única emissão do veículo, e um fluxo de eletricidade para alimentar o carro.

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    O XP-1 tem uma autonomia muito maior do que um carro elétrico movido a bateria porque o hidrogênio comprimido tem muito mais potência por litro do que uma bateria, explicou o CEO da Hyperion, Angelo Kafantaris. Como o hidrogênio é um gás muito leve, o veículo como um todo pesa muito menos do que um carro equipado com baterias pesadas. Isso, por sua vez, torna o carro mais eficiente em termos de energia para que ele possa ir mais longe e mais rápido.

    Muitas montadoras, incluindo a Honda, a Toyota, a Hyundai e a General Motors, produziram veículos movidos a hidrogênio para fins de pesquisa ou para a venda em pequenas quantidades.

    Tecnologia em ascensão

    A tecnologia está começando a ganhar mais apoiadores. A startup Nikola, por exemplo, planeja vender caminhões e caminhonetes movidos a hidrogênio. De acordo com Kafantaris, outras montadoras ainda não desenvolveram um carro que consiga atrair a atenção do público.

    O maior desafio dos carros movidos a hidrogênio é o abastecimento. Em comparação com a gasolina ou com a eletricidade, há pouca infraestrutura de hidrogênio nos Estados Unidos. Há muito mais postos de abastecimento para carros elétricos do que postos de hidrogênio. Um mapa do Departamento de Energia dos postos de abastecimento de hidrogênio acessíveis ao público mostra grupos de pontos ao redor das principais cidades da Califórnia, mas nenhum ponto em quase todo o restante do país.

    O hidrogênio é o primeiro e mais simples elemento da tabela periódica. Incolor e inodoro, tem apenas um único próton em seu centro, com um elétron ao seu redor.

    Embora seja o elemento mais abundante no universo, o hidrogênio não existe sozinho na natureza. Antes de poder ser utilizado como combustível, ele precisa ser isolado das moléculas de água, gás natural ou outras substâncias. Isso geralmente é feito usando eletricidade para separar as moléculas maiores. A energia é então liberada dentro do carro quando o hidrogênio se combina novamente com o oxigênio.

    Recarga em 5 minutos

    A principal vantagem do hidrogênio é que bombear um tanque cheio desse elemento leva muito menos tempo do que carregar uma bateria. Apenas de três a cinco minutos são necessários para encher o tanque do XP-1 para uma viagem de 1.600 quilômetros, por exemplo.

    O hidrogênio também não está sujeito a desgaste e degradação como as baterias, especialmente quando estas são carregadas rapidamente, disse Kafantaris. O XP-1 tem uma bateria que atua como um buffer (uma espécie de circuito) para armazenar a eletricidade gerada pela célula de combustível, mas é muito menor do que as baterias usadas em carros elétrico.

    A Hyperion já tem diversos protótipos operacionais, afirmou Kafantaris. Espera-se que os primeiros carros produzidos sejam entregues aos clientes até o fim do próximo ano.

    Kafantaris não deu detalhes sobre o preço do carro, mas indicou que ele pode variar dependendo do nível de desempenho. As versões com melhor performance, capazes de gerar 1.000 cavalos de potência, podem custar milhões de dólares. A empresa está limitando a produção a 300 unidades.

    O CEO disse que a montadora espera fabricar o XP-1 em algum lugar do centro-oeste dos EUA. Após o XP-1, a empresa espera produzir carros movidos a hidrogênio mais práticos, para uma gama mais ampla de clientes.

    A Hyperion também espera popularizar a ideia do hidrogênio como meio de energia para veículos, bem como para outros usos, disse o CEO. A empresa tem trabalhado com a NASA para comercializar diversas tecnologias de hidrogênio que a agência espacial usa atualmente e para desenvolver novos usos, acrescentou.

    A agência espacial confirmou à CNN Business que a Hyperion tem acordos para licenciar uma série de tecnologias da NASA.

    “Parte do que pretendemos fazer é dar um sentimento de orgulho pelo que os Estados Unidos fizeram no passado por meio da tecnologia da NASA e unir as pessoas em torno de algo que todos possam olhar e dizer ‘Isso é americano, e eu tenho orgulho disso”, declarou Kafantaris.

    (Texto traduzido, clique aqui para ler o original em inglês).

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