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    Risco Brasil volta a disparar com incertezas fiscais e piora na saúde

    Tem crescido no mercado o temor de que o país entre em dominância fiscal, quando se sobe os juros, mas a medida se mostra ineficaz para controlar a inflação

    Matheus Prado, , do CNN Brasil Business, em São Paulo

    Com turbulências fiscais e problemas na saúde se arrastando, o risco-país do Brasil, medido pelo spread dos contratos de cinco anos de credit default swap (CDS), voltou a ultrapassar os 200 pontos e chegou aos 217.710 pontos esta quarta-feira (10), mostram dados do IHS Market.

    “Como estamos vendo um cenário interno conturbado com relação às medidas econômicas e uma demora na vacinação comparada com outros países, o Brasil aparece com um risco maior”, diz Guilherme Zanin, estrategista da Avenue. “Tanto é verdade que a nossa moeda tem se desvalorizado a nível global, outro reflexo disso.”

    O analista cita que tem aumentado no mercado o temor de que o país possa entrar em dominância fiscal, quando se sobe os juros, mas a medida se mostra ineficaz para controlar a inflação. Para Zanin, a tendência é que combustíveis e commodities continuem subindo, gerando a manutenção na alta dos preços e uma percepção de risco maior na população.

    No que diz respeito à saúde, o grande problema é que o país parece ir na direção contrária dos outros países. Ele lembra que, enquanto o Brasil aumenta o número de casos e mortes por Covid-19 diariamente, outros países começam a registrar melhora na economia por reduzir suas infecções e reabrir suas economias.

    “Precisamos de menos medidas monetárias do Banco Central e mais medidas do governo para enfrentar a pandemia”, conclui. Pode crescer ainda, nos próximos meses, um quadro de incerteza política, conforme o país se aproxima das eleições de 2022 com várias questões em aberto.

    Para base de comparação, o CDS ultrapassou os 500 pontos em 2015, no auge da Lava Jato, e esteve acima dos 300 pontos em abril de 2020, quando o então ministro da Justiça Sergio Moro deixou o governo do presidente Jair Bolsonaro. 

     

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