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    Reestruturação da dívida de Evergrande indica como China enfrentará crise imobiliária

    Espera-se que o plano de reestruturação antecipado da incorporadora sirva de modelo para seus pares carentes de dinheiro

    Por Clare Jim, da Reuters

    A China Evergrande deve anunciar nesta semana um plano de reestruturação de dívida que não apenas determinará seu futuro, mas também indicará como Pequim planeja superar uma crise cada vez mais profunda no setor imobiliário.

    A crise de liquidez na Evergrande, cuja dívida offshore de US$ 22,7 bilhões, incluindo empréstimos e títulos privados em default, engoliu outros desenvolvedores chineses à medida que suas condições de crédito se deterioraram e levou várias empresas menores à inadimplência.

    Espera-se que o plano de reestruturação antecipado da Evergrande sirva de modelo para seus pares carentes de dinheiro.

    “Estamos todos esperando a proposta da Evergrande para ter uma ideia dos termos e ela vai definir um ponto de referência”, disse um executivo sênior de uma incorporadora que fez swaps de títulos em dólar e está buscando consultores sobre uma reestruturação. “Nenhuma empresa gostaria de ser a primeira porque isso seria uma tremenda pressão.”

    A proposta de reestruturação, no entanto, virá em um momento em que as condições macroeconômicas da China se deterioram e o setor imobiliário enfrenta desafios sem precedentes.

    Alguns credores offshore da Evergrande disseram à Reuters que ainda há desacordo sobre como ela deve pagar e reorganizar a dívida, o que poderia resultar em um atraso na implementação.

    Mas o recém-nomeado presidente-executivo da desenvolvedora, Siu Shawn, disse ao na sexta-feira que a empresa chegou a um consenso básico com vários grandes credores offshore sobre os princípios e a estrutura da proposta de reestruturação.

    A companhia não quis comentar.

    Os investidores também estarão atentos ao papel que o governo desempenhará na proposta de reestruturação.

    A Evergrande começou a conversar com seus credores sobre uma proposta de reestruturação no início deste ano.

    Raymond Cheng, chefe de pesquisa de China e Hong Kong da CGS-CIMB Securities, disse que a proposta da Evergrande também deve delinear o que fará com seus projetos não vendidos e o banco de terrenos existente, o que teria um impacto direto no mercado imobiliário.

    “Os investidores não vão olhar para a proposta da Evergrande apenas do ponto de vista da empresa, mas também de uma perspectiva macro”, disse Cheng.

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