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    Recuperação econômica é visível, ‘mas ainda frágil’, diz diretora da OMC

    O problema de distribuição das vacinas está por trás dessa situação, segundo a diretora-geral da organização

    Ilana Cardial, do Estadão Conteúdo

     

    A retomada econômica está ocorrendo em determinadas partes do mundo, mas ainda é frágil, disse a diretora-geral da Organização Mundial de Comércio (OMC), Ngozi Okonjo-Iweala. “É frágil, porque reconhecemos que está ocorrendo na forma de ‘K'”, afirmou a diretora, referindo-se à recuperação desigual pelo globo. A afirmação foi feita durante evento online do Atlantic Council, um centro de estudos apartidário de relações internacionais.

    Ngozi reforçou que o problema de distribuição das vacinas está por trás dessa situação. Questionada, a diretora afirmou que a OMC pode ajudar a atenuar o problema por meio do monitoramento das restrições de exportação e importação, dando apoio aos membros na complexa logística de distribuição de vacinas. “Esse é um pilar em que podemos ajudar o mundo, garantindo que os membros removam as restrições existentes.”

     

    A diretora também apontou que a organização encoraja o aumento de investimento na capacidade de produção das vacinas, especialmente em países em desenvolvimento e economias emergentes. Ainda, ressaltou que a OMC contribui com os debates sobre transferências de tecnologia e conhecimento para a fabricação do imunizante.

    Sobre as diferenças entre países ricos e os demais, Ngozi destacou que os componentes para a produção de vacinas estavam na “mão de poucos”. “Oitenta por cento das exportações de vacinas contra a covid-19 estão concentradas em dez países”, afirmou a diretora.

    Em relação ao comércio no cenário pós-pandemia, a diretora-geral da OMC apontou que o e-commerce teve um papel importante durante a crise e deve se manter assim. “Isso é algo que veio para ficar. … É ótimo porque você pode incluir pequenos e médios negócios, que, em sua maioria, são gerenciados por mulheres”, disse. Ngozi informou que a OMC ainda não tem um acordo sobre o comércio eletrônico, mas já iniciou um debate plurilateral com 83 Estados-membros sobre o tema.