Recuperação econômica dos EUA pode reduzir estímulos do Fed
Vários sinalizaram que veem a recente aceleração de ganhos de empregos e a inflação acima da meta como representação de um "progresso substancial"
Mais pistas sobre quando e como o Federal Reserve pode começar a cortar sua compra de títulos de emergência da pandemia devem surgir na quarta-feira (7), quando o banco central norte-americano publicar a ata da reunião de política monetária do mês passado.
Autoridades do Fed começaram a debater sobre a redução dos US$ 120 bilhões mensais em compras de títulos na reunião de 15 e 16 de junho e, desde então, a maioria delas tem oferecido visões amplamente otimistas de uma economia que, em muitos aspectos, está saindo de uma recessão desencadeada pela crise global da pandemia de Covid-19.
Vários sinalizaram que veem a recente aceleração de ganhos de empregos e a inflação acima da meta como representação de um “progresso substancial” em direção às metas de estabilidade de preços e pleno emprego do Fed, referência que lhes permitiria começar a reduzir suas compras de ativos.
Os dados desde a reunião podem apoiar essa conclusão.
Os Estados Unidos criaram 850 mil vagas de emprego no mês passado, mostrou na sexta-feia o relatório de emprego do Departamento do Trabalho, resultado melhor do que o esperado depois de dois meses seguidos de ganhos mais fracos.
A medida de inflação preferida do Fed, por sua vez, aumentou no ritmo anual mais rápido desde 1992 e está bem acima da meta de 2%.
O documento de quarta-feira deverá fornecer mais detalhes sobre o quanto as autoridades acreditavam que o Fed estava próximo de alcançar suas metas, mesmo antes dos últimos dados econômicos.
“O mercado vai procurar qualquer detalhe sobre o apetite para discutir o momento em que será apropriado começar a reduzir o estímulo”, disse Sam Bullard, economista sênior do Wells Fargo.
A questão é “Quando”
Muitas autoridades do Fed na reunião de junho anteciparam suas projeções de aumento da taxa de juros ante quase zero. Treze das 18 autoridades agora veem taxas mais altas em 2023, com sete delas apontando para uma “elevação” dos juros já no próximo ano.
Economistas consultados pela Reuters preveem um anúncio de estratégia para reduzir as compras de ativos por parte do Fed em agosto ou setembro, com um corte nas compras de títulos a partir do início do próximo ano.
As autoridades do Fed concordam que reduzirão suas compras extraordinárias de títulos como uma primeira etapa, antes de aumentarem a taxa de juros. Em dezembro, eles estabeleceram um limite para redução gradual: a economia deve fazer “progressos substanciais” no alcance do pleno emprego e uma inflação persistente de 2%.
A ata também pode lançar luz sobre qualquer discussão inicial sobre como o banco central dos EUA pretende reduzir suas compras mensais de 80 bilhões de dólares em títulos emitidos pelo Tesouro e 40 bilhões de dólares em títulos lastreados em hipotecas (MBS).
No movimento mais recente deste tipo, em 2014, a redução ocorreu efetivamente no piloto automático – com cortes iguais para os Treasuries e MBS após cada reunião – mesmo quando as autoridades diziam não estar em um curso pré-estabelecido.
Nas últimas semanas, porém, algumas autoridades do Fed pareceram simpáticas aos críticos que argumentam contra a necessidade de o banco central continuar comprando ativos lastreados em hipotecas em meio a um mercado imobiliário em alta, enquanto alertam que o Fed prefere reduzir seus estímulos da maneira mais previsível possível.