Reavaliar índice usado pode driblar alta no aluguel em 2021, diz economista
Felippe Serigati, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), disse à CNN que há alternativas ao IGP-M, principal índice de ajuste de locações do país
A alta acumulada do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), principal índice usado para o reajuste de alugueis no país, pode impactar os valores das locações em 2021.
Para o economista Felippe Serigati, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o locatório deve rever o índice usado como base no contrato de aluguel para reduzir possível aumento de preços.
“O IGP-M está nos contratos de locação quase por inércia, porque não faz muito sentido ajustar um contrato de locação, principalmente domiciliar, por esse índice de preços”, destacou.
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Segundo Serigati, há outros índices disponíveis que poderiam refletir melhor o resjuste dos alugueis de acordo com a inflação do país.
“A prinicipal diferença entre os índices da famíla IGP para o IPCA é que o IGP-M tem toda a inflação dentro do processo produtivo. Já o IPCA não, ele vai pegar aquela inflação junto aos consumidores. Ou seja, enquanto o IPCA vai pegar a inflação do balcão do restaurante, por exemplo, o IGP-M vai pegar a inflação do vergalhão de ferro ou da tonelada do alumínio. Não faz sentido reajustar preço de alugueis, principalmente residenciais, pelo vergalhão de ferro”, explicou.
O economista também destacou que o cenário de pandemia ainda deixará margens para negociação dos preços em 2021.
“Essa negociação tem que acontecer porque a situação não está fácil para ninguém, nem para quem é o proprietário e precisa receber esse valor, nem para quem tem que pagar a locação.”
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