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    Reabertura ameniza impacto da crise em bares e restaurantes, diz pesquisa

    Em junho, queda no consumo nestes estabelecimentos persistiu, mas já foi menor que em abril e maio

    Paula Forster, Talis Maurício e Letícia Brito*, da CNN em São Paulo

    A flexibilização da quarentena e a reabertura da economia podem indicar uma retomada para o setor de bares e restaurantes, mostra pesquisa realizada pela Alelo em parceria com a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).

    O estudo, cuja edição deste mês será divulgada ao público na próxima segunda-feira (27), revelou que o consumo em bares e restaurantes no mês de junho no Brasil teve queda de 33,4% em relação ao mesmo período em 2019. No entanto, a queda foi menor em comparação aos meses de maio (39,1%) e abril (49,6%) deste ano, indicando uma melhora, ainda que tímida, nos indicadores.

    O estudo ainda avaliou o consumo em supermercados, que demonstrou em junho um crescimento de 5% em relação ao mesmo período de 2019.

    Em entrevista à CNN, Cesário Nakamura, CEO da Alelo, ressaltou que, ainda que o índice de consumo em bares e restaurantes registre uma retomada em nível nacional, as regiões do Brasil vêm apresentando índices distintos de recuperação, pois variam de acordo com o estágio da Covid-19 e as medidas de restrição em cada estado e cidade.

    “São Paulo tem a performance bem próxima da média nacional, com cerca de 32% de queda em junho. E a gente vê nesses indicadores uma diferença bem marcante para cada estado, porque o país é continental. A pior performance deste mês é a do Maranhão, com mais de 60% de queda e a melhor performance é a do Mato Grosso do Sul, com uma queda de 9,4%”, disse Nakamura.

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    Para além das medidas de flexibilização, o CEO destaca que aspectos como a confiança dos clientes em retornarem ao consumo com segurança e o trabalho remoto também influenciam no ritmo da retomada.

    “A gente vê o consumidor com muita cautela, olhando para a questão do distanciamento social, recomeçando a ganhar confiança para consumir em restaurantes. E as empresas ainda estão praticando muito trabalho em home office, ao passo que as pessoas não estão saindo para comer em restaurantes, o que também acaba fazendo com que essa recuperação seja lenta”, disse.

    Segundo Nakamura, “a tendência é de uma melhor continua, nada acelerado”.

    “A gente continuará nesse processo de recuperação gradual, até porque o estágio da Covid-19 nos estados e municípios varia muito, o que vai acabar influenciando na média nacional”, afirmou.

    Flexibilização

    Ainda que bares e restaurantes venham num ritmo de recuperação, o setor continua encontrando percalços para a retomada dos negócios. A Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) aponta que cerca de 50 mil estabelecimentos fecharam em definitivo por conta da pandemia, e 300 mil pessoas ligadas ao setor estão desempregadas no estado de São Paulo. Ainda há empresários que optaram em não abrir por receio de mais prejuízos em razão das medidas restritivas para funcionamento.

    Nesta semana, a entidade pediu ao governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que o funcionamento de bares e restaurantes seja alterado no estado para atender ao público em diferentes horários. Um dos argumentos para o pedido é que as medidas em vigor fazem com que 80% dos estabelecimentos continuem fechados. É o caso de padarias, que têm pico de consumidores no período da manhã, e pizzarias, que recebem mais clientes no período da noite.

    Outras medidas solicitadas pelo setor incluem a permissão do atendimento ao público até às 19h aos finais de semana, que os restaurantes que operam no período noturno possam funcionar até meia-noite aos sábados, a liberação do uso de calçadas e o aumento do limite de capacidade, que atualmente é de 40%, para 60%.

    A cidade de São Paulo continua na faixa amarela no plano de flexibilização das atividades, o que não permitiria, neste momento, uma reabertura ampla.

    *Sob supervisão de Guilherme Lima

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