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    Prometeram e não cumpriram: carros que não chegaram ao Brasil

    Marcas levam anos e gastam milhões para homologar carros por aqui. Mesmo assim, alguns projetos são deixados de lado

    Thiago Moreno, colaboração para o CNN Brasil Business

     Não é fácil vender um carro no Brasil. Além da pesada carga tributária, as características de nosso mercado exigem que as montadoras gastem meses -e milhões de reais- para adequar novos veículos à nossa realidade. Itens como combustível com etanol na composição, vias mal cuidadas e regras específicas para cá dificultam este processo.

    Mesmo assim, diversos modelos e até algumas marcas no passado recente foram prometidas para o Brasil, mas nunca chegaram. Em alguns casos, o processo de trazê-los para cá estava tão avançado que é até possível ver algumas unidades em circulação de carros que nunca foram vendidos aqui oficialmente.

     

    Novo Ford EcoSport

    Novo Ford Ecosport
    Foto: DIvulgação

    Logo em janeiro de 2021, a Ford pegou o mercado de surpresa ao anunciar o encerramento de todas as suas atividades fabris no Brasil. Quanta surpresa? A divisão nacional da Ford já estava trabalhando a todo o vapor em uma nova geração do EcoSport, em um esforço em paralelo com a divisão indiana da Ford, onde o SUV ainda é fabricado.

    O modelo renovado iria corrigir alguns dos pontos negativos do carro antigo, como a falta de espaço interno e a estranha abertura lateral do porta-malas. No entanto, com a decisão, todo o esforço foi jogado fora.

    Volkswagen Taigun

    Volkswagen Taigun
    Foto: Divulgação

    Com uma nova geração de pequenos SUVs chegando, como o Nissan Magnite e o Progetto Fiat 363, a Volkswagen poderia já estar à frente desta tendência. Em 2012, a empresa apresentou no Salão do Automóvel de São Paulo o conceito Taigun.

    Ele utilizaria a mesma arquitetura do up!, que chegou alguns anos depois, e também teria o motor 1.0 turbo do hatch que saiu de linha em 2021. O porte também seria bem compacto e seus preços, mais acessíveis. No entanto, foi julgado como muito pequeno para a época e não foi para a frente.

    Dodge Trazo C

    Dodge Trazo C
    Foto: Divulgação

    Outro modelo que chegou a aparecer no Salão do Automóvel de São Paulo, desta vez em 2008, mas que nunca foi vendido por aqui foi o Dodge Trazo C. Fruto de uma confusa parceria da marca norte-americana com a Nissan no México, nada mais era que uma versão do Nissan Tiida Sedan com emblemas da Dodge. A história era tão confusa que o carro chegou a ser chamado de “Trazo by Dodge”, numa tentativa de não associar o modelo com a marca dos EUA.

    A empreitada, claro, não deu certo. Anos mais tarde a própria Nissan importou o Tiida Sedan mexicano para o Brasil oficialmente e por conta própria.

    Hyundai Creta STC

    Hyundai Creta STC
    Foto: Divulgação

    Mais um conceito que apareceu em um salão do automóvel e não foi para a frente é a Hyundai Creta STC. O projeto consistia em transformar um Creta SUV normal em uma picape intermediária, nem pequena, nem média. Isso aconteceu em 2016, mesmo ano em que a Fiat Toro chegou ao mercado com a mesma proposta.

    Na época, a fábrica da Hyundai em Piracicaba (SP) mal dava conta da demanda por outros modelos, como a linha HB20 e o próprio Creta. Assim, a Creta STC não foi adiante. Uma pena, pois poderia ter sido uma rival de peso no segmento.

    Fiat 500X

    Fiat 500X
    Foto: Divulgação

    Já na edição de 2018, a Fiat trouxe para cá o 500X para “estudar o mercado”. Ironicamente, sua plataforma foi a que deu origem a modelos como os Jeep Renegade e Compass, além da Fiat Toro, mas seria o último a chegar por aqui. Na época, a marca italiana afirmou que, se o dólar se estabilizasse abaixo de R$ 3,80, o 500X viria para cá. Todos sabemos como isso acabou.

    Hyundai Veloster Turbo

    Hyundai Veloster Turbo
    Foto: Divulgação

    O Hyundai Veloster chegou ao Brasil em 2011 com uma proposta, digamos, diferenciada. Do lado do passageiro, tinha duas portas. Do lado do motorista, apenas uma. Era alardeado como o “melhor carro de três portas do mundo” pelo grupo CAOA, que importava o modelo na época.

    Apesar da cara de mau e o visual esportivo, tinha um motor 1.6 de somente 128 cv, o que o tornou um motivo de chacota. Em 2014, a importadora prometeu trazer uma nova versão turbinada do modelo, então recém-apresentada nos EUA, mas ela nunca chegou.

    Renault Mégane RS

    Renault Mégane RS
    Foto: Divulgação

    Mais uma promessa do Salão do Automóvel que caiu por terra: em 2014, a Renault confirmou a chegada do esportivo Mégane RS ao mercado brasileiro, afirmando que seu preço deveria ficar em torno de R$ 150 mil. A empresa trouxe algumas unidades, diversos veículos de imprensa andaram nos carros, mas a cotação do dólar se desestabilizou e a novidade ficou só na promessa.

    Renault Koleos

    Renault Koleos
    Foto: Divulgação

    Outra promessa da Renault que não foi cumprida é o Koleos. O SUV de grande porte foi apresentado no Salão do Automóvel de 2018 e deveria chegar ao mercado logo após outras duas novidades da empresa naquele ano: Kwid e Captur.

    No entanto, com a situação política e econômica do país dando sinais de desgaste, o Koleos, que seria importado da Europa, nunca chegou. As poucas unidades que chegaram ao Brasil estão hoje sendo utilizadas pela diretoria da própria Renault.

    Mercedes-Benz Classe X

    Mercedes-Benz Classe X
    Foto: Divulgação

    Com o crescimento do segmento de picapes médias globalmente, até mesmo a Mercedes-Benz se sentiu atraída. Fez uma parceria com a Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi, que rendeu a nova geração da Nissan Frontier, a inédita Renault Alaskan e a Mercedes-Benz Classe X.

    O modelo deveria ser feito na Europa e na Argentina, de onde também poderia chegar ao Brasil. No entanto, o interesse por um veículo comercial de luxo foi baixo, e a picape deixou de ser oferecida no Velho Continente em maio do ano passado, antes mesmo de chegar a ser construída no país vizinho.

    Haima

    Haima 7
    Foto: Divulgação

    Em alguns casos, não são apenas carros que são prometidos e não chegam. Isso pode acontecer com uma marca inteira. Em 2012, as montadoras chinesas estavam crescendo no Brasil. Eram tempos em que marcas como Chery e JAC Motors cresciam em participação de mercado com carros baratos e bem equipados.

    Vendo a oportunidade, o grupo Districar anunciou, naquele ano, que passaria a importar os carros da chinesa Haima. Mas a promessa nunca se concretizou e, pouco tempo depois, a sobretarifação de modelos importados também afetou as vendas de carros chineses.

    Bônus: Volkswagen Tarok

    Volkswagen Tarok
    Foto: Divulgação

    Faltou pouco para que a Volkswagen Tarok se tornasse uma promessa não cumprida. Apresentada como conceito no Salão do Automóvel de 2018, seria mais uma picape intermediária para tentar quebrar a dominância da Fiat Toro no segmento. Porém, a crise do ano passado fez com que a marca congelasse todos os seus investimentos, incluindo o desenvolvimento da Tarok.

    Poderia ser o fim, mas o CEO da VW na América Latina, Pablo Di Si, afirmou que a empresa está preparando novidades para “diversos segmentos” e acredita-se que a Tarok ainda possa ser lançada –mas não antes de 2022.

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