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    Produção industrial cai 2,4% em março, segundo mês seguido de queda, diz IBGE

    O recuo foi puxado principalmente pela queda de 8,4% na produção de veículos automotores, reboques e carrocerias

    Thâmara Kaoru e Matheus Prado, , do CNN Brasil Business, em São Paulo*

    A produção industrial brasileira registrou queda de 2,4% em março na comparação com o mês anterior, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quarta-feira (5). É o segundo mês seguido de queda no indicador.

    Com o resultado, o setor fica 16,5% abaixo do patamar recorde registrado em maio de 2011. No ano, a indústria acumula crescimento de 4,4% e, nos últimos 12 meses, queda de 3,1%. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM).

    “Estes dados confirmam mais uma vez que o PIB do 1º trimestre deve recuar de fato, mas lembramos que a perspectiva era já de queda devido, entre outras coisas, a piora da pandemia e as medidas de isolamento social”, diz André Perfeito, economista-chefe da Necton.

    Em março, o recuo foi puxado principalmente pela queda de 8,4% na produção de veículos automotores, reboques e carrocerias.

    “O recuo nos veículos automotores, reboques e carrocerias foi especialmente afetado pela redução na produção dos automóveis e de autopeças. Houve nessa atividade uma série de interrupções de processos de produção, paralisações e férias sendo concedidas. Isso justifica a queda de 8,4%”, afirma André Macedo, gerente da pesquisa.

    Vale lembrar que a combinação do aumento de casos de Covid-19 com a falta de componentes levou ao fechamento de metade das 60 fábricas de montadoras no país durante o mês de março e 65 mil funcionários ficaram em casa, o equivalente a 60% da mão de obra do setor, sem contar o pessoal que já estava em home office.

    Ainda entre os maiores recuos, aparecem as atividades de confecção de artigos do vestuário e acessórios (-14,1%), de outros produtos químicos (-4,3%), de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-9,4%), de couro, artigos para viagem e calçados (-11,2%), de produtos de borracha e de material plástico (-4,5%), de bebidas (-3,4%), de móveis (-9,3%), de produtos têxteis (-6,4%) e de produtos de minerais não metálicos (-2,5%).

    Os impactos positivos, por outro lado, vieram das indústrias extrativas (5,5%), outros equipamentos de transporte (35%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (1,7%). “Essas atividades estão repondo perdas observadas em meses anteriores. Elas estão com taxas positivas nesse mês porque as perdas anteriores foram muito acentuadas e esse é um crescimento natural”, diz Macedo.

    Comparação com o ano passado

    Na comparação com março de 2020, a produção industrial cresceu 10,5%, a taxa mais elevada desde junho de 2010 (11,2%). Macedo diz que o resultado se deve à base de comparação baixa, uma vez que o setor recuou 3,9% em março de 2020.

    “É preciso fazer essa ressalva: a base de comparação é baixa porque, em março de 2020, o setor industrial já estava sendo afetado por todo aquele movimento de isolamento social em função da pandemia de Covid-19. Muito desse crescimento mais amplo tem uma relação direta com isso”, afirma.

    *Com Reuters e Estadão Conteúdo

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