Privatização dos Correios deve ser interrompida “logo na saída” do novo mandato
Segundo o coordenador do grupo técnico de Comunicações do gabinete de transição e ex-ministro da pasta, Paulo Bernardo, a recomendação de “acabar com essa ideia” será uma prioridade
A proposta de privatização dos Correios deve ser uma das primeiras a ser revertida logo no início do novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Essa será a recomendação do grupo técnico de Comunicações do gabinete de transição, segundo o coordenador da equipe e ex-ministro da pasta, Paulo Bernardo. Para ele, interromper o processo de privatização dos Correios é uma prioridade e tem que ser feito “logo na saída”, no início do mandato de Lula.
“Vamos fazer um levantamento e recomendar. A nossa ideia é recomendar acabar com essa ideia de privatizar os Correios”, afirmou Bernardo a jornalistas nesta sexta-feira (18), no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) – a sede do gabinete de transição, em Brasília.
A proposta já está em discussão interna no grupo técnico da transição, que tem encontro marcado para a próxima terça-feira (22) com uma equipe dos Correios.
Até agora, já foram realizadas reuniões com a secretaria-executiva e com a secretaria de Telecomunicações do Ministério das Comunicações, além da Anatel. “Tem que fazer uma avaliação de tudo que está sendo feito”, disse o ex-ministro.
Paulo Bernardo comandou a pasta das Comunicações no primeiro mandato de Dilma Rousseff. No entanto, afirmou nesta sexta (18) que não voltará a ocupar o cargo a partir de 1º de janeiro. Bernardo também foi ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão de Lula.
Unificação da EBC deve ser revogada
Outra proposta que está em discussão avançada no grupo de Comunicações da transição é a revogação de um decreto que unificou a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), de forma a dividir novamente a parte de comunicação estatal e a de comunicação pública – como era na gestão do PT, quando a empresa foi criada.
“A EBC tinha uma vertente que é a TV pública (TV Brasil), e tinha a vertente que era a comunicação do governo, a chamada NBR. E foi tudo juntado”, lembrou Paulo Bernardo. “É uma única empresa, e nós achamos que tem que separar. É só revogar, porque foi feito por decreto.”