Prévia da inflação sobe 1,17% em novembro, maior variação para o mês desde 2002
Em outubro, taxa havia ficado em 1,2%; o grupo Transportes foi o maior responsável pelo resultado, impactado pelo preço da gasolina
O IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15), considerado a “prévia da inflação”, subiu 1,17% em novembro, 0,03 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa de 1,2% registrada em outubro.
Essa é a maior variação para um mês de novembro desde 2002. O resultado veio um pouco acima da estimativa mediana do mercado, de 1,12%.
O grupo Transportes foi o maior responsável pelo resultado, impactado pelo preço da gasolina. Transportes de aplicativo e gás de botijão também foram destaques. O grupo Alimentos, por outro lado, desacelerou.
Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (25) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
No ano, o indicador acumula alta de 9,57% e, em 12 meses, de 10,73%, acima dos 10,34% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em novembro de 2020, a taxa foi de 0,81%.
Fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), o centro da meta este ano é de 3,75%. A margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo permite que o índice varie de 2,25% a 5,25%.
Grupos
Todos os grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta em novembro, segundo o IBGE, com destaque para o grupo Transportes, que teve a maior variação mensal (2,89%) e o maior impacto no cálculo (0,61 p.p.).
Nesse grupo, vale ressaltar a contribuição da gasolina, com alta de 6,62% no mês e o maior impacto individual no índice geral (0,40 p.p). No ano, o combustível acumula variação de 44,83% e, em 12 meses, de 48%.
Outro destaque, ressalta o IBGE, foi o transporte por aplicativo (16,23%), que já havia subido 11,60% em outubro. “Por outro lado, houve redução nos preços das passagens aéreas (-6,34%), após altas consecutivas em setembro (28,76%) e em outubro (34,35%)”, diz o instituto.
O IBGE destaca ainda como maiores responsáveis pelo resultado do mês o grupo Habitação (1,06%) e Saúde e cuidados pessoais (0,80%), com impactos de 0,17 p.p. e 0,10 p.p., respectivamente.
No grupo habitação, o destaque ficou para do gás de botijão (4,34%), cujos preços subiram pelo 18° mês consecutivo, acumulando 51,05% de alta no período iniciado em junho de 2020.
Na sequência, outro destaque continua sendo a energia elétrica, com preços ainda pressionados pela bandeira tarifária Escassez Hídrica, que acrescenta R$ 14,20 na conta de luz a cada 100 kWh consumidos.
Esse item teve alta de 0,93% no mês e contribuiu com 0,05 p.p. no índice. No entanto, mostrou desaceleração em relação ao resultado de outubro, quando subiu 3,91%.
Juntos, os três grupos contribuíram com 0,88 p.p. no IPCA-15 de novembro, o equivalente a cerca de 75% do índice do mês, ressalta o instituto.
Com menor peso no resultado final, a segunda maior alta do mês ficou com o grupo Vestuário (1,59%), seguido de Alimentação e bebidas (0,40%). Esse último desacelerou em relação a outubro (1,38%).
Os demais grupos ficaram entre o 0,01% de Educação e o 1,53% de Artigos de residência, completa o IBGE.