Poupança tem maior retirada líquida em fevereiro em cinco anos
Maior saque para o período desde 2016, informou o Banco Central. No mês passado, os saques superaram os depósitos em R$ 5,005 bilhões no SBPE
A tradicional caderneta de poupança registrou em fevereiro o segundo mês seguido de saídas líquidas, de R$ 5,832 bilhões, maior saque para o período desde 2016, informou o Banco Central (BC) nesta quinta-feira (5).
O desempenho negativo se dá após a poupança ter batido recorde de investimentos no ano passado e coincide com o fim da concessão do auxílio emergencial aos mais vulneráveis, pago pelo governo em medida de enfrentamento à crise da Covid-19 até dezembro.
No mês passado, os saques superaram os depósitos em R$ 5,005 bilhões no Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), enquanto na poupança rural houve retirada líquida de R$ 827,5 milhões.
Em fevereiro de 2020, a poupança teve uma saída líquida de R$ 3,571 bilhões mas, no acumulado do ano passado, a aplicação recebeu um total de R$ 166,3 bilhões em depósitos líquidos, valor recorde. Este ano, a poupança já acumula saídas de R$ 23,9 bilhões.
Em fevereiro de 2016, a poupança teve um saque de R$ 6,638 bilhões.
As retiradas da poupança se dão hoje a despeito do aumento relativo da competitividade da aplicação, que é isenta de imposto de renda, frente a outros investimentos, em um cenário de juros baixos.
A aplicação rende 70% da taxa Selic quando o juro básico está em até 8,5% ao ano. Atualmente, isso coloca a remuneração da poupança em 1,4% em 12 meses. Caso a Selic fique acima do patamar de 8,5%, a poupança passa a render 0,5% ao mês mais Taxa Referencial –que está em zero.
Como outras alternativas de investimento na renda fixa podem sofrer mais tributação, acabam entregando rendimento similar ou mesmo inferior ao da poupança.