Portuguesa EDP diz que sede foi alvo de buscas em investigação fiscal
Os deputados portugueses da oposição acusaram a EDP de criar um esquema financeiro para evitar o pagamento de mais de 100 mil de euros em impostos
A portuguesa EDP disse nesta terça-feira (6) que a sua sede havia sido revistada no âmbito de uma investigação sobre alegação de fraude fiscal relacionada com a venda de seis barragens à empresa francesa Engie.
Em dezembro de 2019, a EDP concordou em vender seis centrais hidrelétricas na bacia do Douro a um consórcio internacional liderado pela Engie por 2,2 bilhões de euros. O processo de venda foi concluído um ano mais tarde.
Nos últimos meses, os deputados portugueses da oposição acusaram a EDP de criar um esquema financeiro para evitar o pagamento de mais de 100 milhões de euros em impostos.
Um porta-voz da EDP afirmou que a sede do grupo em Lisboa tinha sido alvo de buscas, mas que a empresa acreditava não ter feito nada de errado.
“A EDP está cooperando plenamente com as autoridades e continua convencida de que a operação de venda cumpre todos os requisitos legais”, disse o porta-voz.
A Engie não respondeu imediatamente ao pedido de comentários.
Em março, o ministro das Finanças João Leão disse a uma comissão parlamentar que a autoridade fiscal estava trabalhando no caso e reunindo “elementos preparatórios” para forçar a EDP a pagar os impostos se descobrissem que a empresa utilizava lacunas para evitar o pagamento.
A EDP disse que a forma como a venda tinha sido organizada se destinava a garantir que as barragens continuariam a funcionar sem problemas e não a evitar impostos.