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    Governo nega estudar privatização da Petrobras, diz estatal em comunicado

    Empresa pediu posicionamentos ao Ministério da Economia e Ministério de Minas e Energia

    Giovanna Galvanida CNN

    em São Paulo

    A Petrobras divulgou um comunicado ao mercado nesta sexta-feira (5) informando que recebeu retornos do governo federal acerca de possíveis movimentos envolvendo sua privatização.

    Segundo a empresa, não há nenhum estudo feito até o momento neste sentido. A CNN procurou o Ministério da Economia para comentários, mas ainda não recebeu retorno.

    A Petrobras foi instigada a realizar o questionamento devido a comentários, feitos nas últimas semanas, do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre a possibilidade de dar seguimento a uma possível privatização da empresa.

    O assunto também foi comentado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, e pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).

    “O Ministério das Minas e Energia (MME) respondeu à consulta afirmando não ter conhecimento da existência de qualquer decisão, ato ou fato relevante da União Federal que deva ser comunicado à Petrobras para subsequente divulgação ao mercado”, diz trecho da nota.

    “Já na data de ontem, o Ministério da Economia (ME) encaminhou comunicação formal informando não haver fato relevante a ser comunicado ao mercado pela União neste momento ou recomendação de inclusão da desestatização da Petrobras no Programa de Parcerias de Investimentos e que não há estudos ou avaliações em curso que tratem do tema no âmbito da Secretária Especial do Programa de Parcerias de Investimentos do ME”, complementou o informe.

    Relembre menções à privatização da Petrobras

    “Eu já tenho vontade de privatizar a Petrobras, vou ver com a equipe econômica o que a gente pode fazer”, declarou Jair Bolsonaro em uma entrevista no dia 14 de outubro.

    Na ocasião, o presidente havia reclamado de ter sido apontado como “culpado” pelos aumentos subsequentes no preço dos combustíveis. Os comentários também vieram depois da aprovação, na Câmara dos Deputados, de uma proposta de mudanças no cálculo do ICMS.

    “Há uma política que tem que ser revista, porque hoje ela não é pública nem é privada completamente. Só escolhe os melhores caminhos para performar recursos e distribuir dividendos. Então não seria o caso de privatizar a Petrobras? É hora de discutir qual é a função da Petrobras no país? É distribuir dividendos?”, comentou o deputado Arthur Lira, presidente da Câmara, à CNN.

    Na mesma semana, Paulo Guedes havia defendido que o governo pudesse vender ações da petroleira estatal em momento de valorização dos papéis. Segundo o ministro, seria possível distribuir parte dos ganhos à população mais vulnerável.

    Dias depois, Bolsonaro voltou a comentar sobre o tema em nova entrevista. “Posso interferir na Petrobras? Vou responder a processo. O presidente da Petrobras vai acabar sendo preso. É uma estatal que, com todo respeito, só me dá dor de cabeça. (…) Quem sabe até botar no radar da privatização”, disse ele à Jovem Pan News.

    O presidente minimizou os índices de produtividade da estatal durante o ano. “Um assessor chegou para mim: ‘Olha, a Petrobras acabou de bater recorde na produção de barril por dia, 3 milhões e poucos barris’. Daí eu falei: ‘E qual a consequência?’ (…) É uma empresa que hoje em dia está prestando serviço para acionistas, e mais ninguém”, avaliou.

    *Com informações de Henrique Andrade, da CNN