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    Paulo Guedes critica metodologia da PNAD Contínua: ‘IBGE está na idade da pedra’

    Ministro da Economia enaltece números do Caged para apontar geração de empregos no país 

    Bruna Carvalho, da CNN, no Rio de Janeiro 

     

    O ministro da Economia, Paulo Guedes, criticou a metodologia utilizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na formulação da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua). O estudo anunciou nesta sexta-feira (30) que o desemprego atingiu o segundo maior índice da série histórica, iniciada em 2012, ao alcançar 14,6% no trimestre encerrado em maio

    A pesquisa aponta que a população desocupada é de 14,8 milhões de pessoas. Segundo o ministro, a metodologia utilizada pelo IBGE é desatualizada e não reflete os números reais da economia nacional. A crítica foi feita em agenda no Rio de Janeiro, durante o lançamento de um aplicativo da Secretaria de Patrimônio da União (SPU). 

     

    “Criamos 300 mil empregos no mês de junho. Esse ano já criamos 1,5 milhão de novos empregos. Desde que a Covid-19 nos atingiu e destruiu quase um milhão de empregos, já criamos 2,5 milhões. A PNAD do IBGE está muito atrasada metodologicamente. Pesquisa feita por telefone. A metodologia do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) vem direto das empresas. O IBGE ainda está na idade da pedra lascada. É baseada em métodos que não são eficientes”, afirmou. 

    O IBGE faz parte da estrutura do Ministério da Economia, dirigido por Guedes. Os números divulgados nesta sexta-feira representam leve oscilação: o índice caiu em relação ao trimestre encerrado em abril, quando estava em 14,7%. No entanto, aumentou 16,4% em relação ao período semelhante (trimestre móvel) de 2020. Questionado sobre as críticas, o órgão não respondeu até o momento. 

    O Caged é um registro de admissões e dispensas de empregados contratados no regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), e utilizado pelo Programa Seguro-Desemprego para análise de informações e pagamento de benefícios. O serviço é vinculado à Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia. 

    Na mesma atividade, Guedes comentou a redução da cobrança de imposto de renda para empresas. “A tributação está caindo dramaticamente, de 34% para 21,5%. O Brasil foi a mais dinâmica economia do mundo durante três décadas no século passado. Crescemos 7,3% mais que Japão, China, EUA, Alemanha, e fomos perdendo isso porque tributamos sem cessar. Vamos quebrar essa tendência histórica”, afirmou. 

    O aumento do Bolsa Família é outro tema que depende do orçamento. Segundo o ministro, o governo tem recursos para bancar um reajuste de até 50%. O benefício atualmente tem valor médio de R$ 190. 

    “Para chegar a R$ 300, que é o valor que o presidente deseja, ou para ter um   aumento de 50%, que é o que o ministro João Roma (Cidadania) está almejando, precisamos de algo entre R$ 25 bilhões e R$ 30 bilhões. Nosso orçamento está preparado para acomodar essa demanda. Trabalhamos bastante na contenção de outras despesas”, concluiu.

    À CNN, o IBGE disse que não vai se manifestar. 

    Paulo Guedes (imagem de arquivo: 08/12/2020)
    Paulo Guedes (imagem de arquivo: 08/12/2020)
    Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino