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    Pandemia acelera negócios de quem faz a transformação digital das empresas

    Impedidas de abrir lojas ou de manter processos físicos, muitas companhias encontraram na digitalização dos negócios uma maneira de prosperarem

    Marcelo Sakate, , do CNN Brasil Busienss, em São Paulo

    Já se tornou amplamente conhecido o fato de que a pandemia do novo coronavírus acelerou a transformação digital de muitas empresas. 
     
    Impedidas de abrir lojas ou de manter processos físicos, muitas companhias encontraram nas vendas pela internet ou na digitalização dos negócios a maneira não só de sobreviver, mas também de prosperar. E esse processo, por sua vez, ampliou os negócios de quem atua justamente na oferta de serviços que permitem a transformação.
     
    É o caso da Adyen, empresa holandesa de processamento de pagamentos, que conseguiu compensar a queda de até 90% nas transações em lojas físicas no início da quarentena com uma alta próxima a 40% nas operações digitais. É uma curva em aceleração.

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    “Muitas empresas passaram a rever prioridades e a destinar ao e-commerce investimentos que iriam para outras áreas. Foi a forma que encontraram para manter operações durante o período de fechamento do comércio tradicional”, disse Jean Christian Mies, CEO da Adyen para a América Latina para o CNN Brasil Business
     
    A Adyen desenvolveu uma solução de pagamentos por meio de links para ajudar empresas a manter contato com seus clientes por meio de aplicativos de mensagens instantâneas, como o WhatsApp, e redes sociais, como o Instagram. A solução eliminou a necessidade de uma estrutura completa de e-commerce tradicional. 
     
    Foi uma ferramenta adotada pela Amaro, que é reconhecida como uma referência pela sua atuação no mundo online. A marca de moda, que já nasceu digital, tinha 75% das vendas pelo site e por redes sociais antes da pandemia. Para compensar a perda repentina dos 25% de negócios que vinham de suas lojas físicas – as guide shops –, passou a investir em relacionamento com clientes e vendas pelo WhatsApp.
     
    Vendedores passaram a enviar o link de pagamento para o cliente, que é direcionado para a página do checkout e daí preenche os dados para completar a compra.

    Contratações remotamente

    A iniciativa surtiu resultados. As vendas ficaram 60% acima do esperado em abril na primeira semana em funcionamento. Mais de 35 mil clientes já foram abordadas pelas funcionárias da Amaro, cujo atendimento vai além da oferta de peças de roupa e acessórios: elas dão dicas de moda e buscam conversar com as clientes.
     
    Com casos como esse, a queda nos negócios no varejo para a Adyen, que chegou a bater em 30% em março com o fechamento do comércio, perdeu força em abril. A diferença estava em 10% em relação à média de vendas do início do ano.
     

     
    A pandemia também acelerou a digitalização dentro das companhias. Na DocuSign, serviços de certificação, digitalização e assinatura eletrônica de documentos passaram a ser demandados por empresas de diversos perfis para que o trabalho remoto fosse viabilizado.

    A contratação de funcionários em tempos de quarentena só se tornou possível com a assinatura eletrônica e o envio de documentos sem contato físico.  
     
    “A demanda cresceu por todos os lados. Empresas de setores que já faziam uso recorrente dos nossos serviços, como bancos, passaram a buscá-los para novas necessidades”, diz Gustavo Brandt, vice-presidente de Vendas da DocuSign para a América Latina. “E, da noite para o dia, companhias de setores que não nos procuravam, como a indústria, passaram a pedir soluções para manter seus negócios”.

    “Cinco anos em três meses”

    Contratos passaram a ser enviados ao público interno e externo digitalmente diante das restrições para o contato físico. As receitas globais companhia subiram 59% no primeiro trimestre, já captando um aumento de demanda em março.
     
    A esfera pública ajudou a dar impulso a essa transformação ao entender que serviços historicamente realizados com papel e contato presencial deveriam se adaptar para a realidade da digitalização e das recomendações de distanciamento social.
     
    Um provimento do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) de março abriu caminho para desburocratizar processos em cartórios de imóveis, permitindo, por exemplo, o envio e o registro de títulos digitalizados. Essa medida dispensa a visita ao cartório.
     

     
    Os números do crescimento do e-commerce nos três últimos meses dão a dimensão da transformação digital em curso. O número de usuários que fizeram compra pela internet aumentou 43% em abril na comparação com março, segundo dados da Loja Integrada, uma plataforma que já abriu 1,4 milhão de lojas virtuais no país.
     
    Dentro dessa amostra no primeiro mês cheio de impacto da pandemia no país, a metade dos clientes adquiriu algum produto pela internet pela primeira vez. No trimestre fechado que abrange o período de quarentena (março a maio), o volume negociado pela Loja Integrada chegou a R$ 415 milhões, um salto de 64% na comparação com os três meses anteriores (dezembro a fevereiro), um período que inclui o Natal. 
     
    A Loja Integrada pertence à startup brasileira VTEX, que cuida da gestão integrada de varejistas com lojas físicas ou dedicadas apenas às vendas pela internet.
     
    Os números do lado da oferta são igualmente impressionantes. No mesmo trimestre citado acima, foram criadas 166 mil lojas virtuais, um aumento de 66%. 
     
    “Esperávamos esse aumento que tivemos em três meses para os próximos cinco anos. Os pequenos e os médios empreendedores estão mudando o mercado de e-commerce no Brasil”, afirma Pedro Henrique Freitas, CEO da Loja Integrada.

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